Elisa Lucinda apresenta Mês da Mulher no Senado — Rádio Senado
Mulher

Elisa Lucinda apresenta Mês da Mulher no Senado

10/03/2016, 20h16 - ATUALIZADO EM 10/03/2016, 20h16
Duração de áudio: 01:57
Senado Federal faz comemoração ao Mês da Mulher- apresentação Elisa Lucinda

Durante o evento é lançada a campanha “Com que bolsa eu vou?”, para arrecadar roupas, calçados e itens de beleza e higiene pessoal a serem doados a mulheres que vivem na Casa Abrigo do Distrito Federal.
 
Atriz, cantora e poeta, Elisa Lucinda concede entrevista durante evento.

Foto:Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: MÊS DA MULHER NO SENADO TEM APRESENTAÇÃO DE ELISA LUCINDA. LOC: DURANTE A APRESENTAÇÃO FOI LANÇADA A CAMPANHA “COM QUE BOLSA EU VOU?” QUE ARRECADA ROUPAS E ALIMENTOS PARA MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. REPÓRTER CINTHIA BISPO. (Repórter) Não é necessário conhecimento em literatura para se deleitar com os versos de Elisa Lucinda. A atriz, cantora, jornalista e poeta capixaba fala sobre temas complexos como maltrato aos pobres, racismo e sexismo, de forma objetiva e direta. A atriz esteve no Senado fazendo uma apresentação em homenagem ao mês da mulher. Entre monólogos, canções e poemas, Elisa Lucinda falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres brasileiras, sobre a cultura machista e racista do país e como o preconceito está presente na vida das pessoas e não é percebido. Elisa deu voz às mulheres invisíveis, negras, empregadas domésticas, sem-teto, como comprovam estes versos do poema Lua Nova Demais. (Elisa Lucinda) Dorme tensa a pequena, sozinha como que suspensa no céu. Vira mulher sem saber, sem brinco, sem pulseira, sem anel, sem espelho, sem conselho, laço de cabelo, bambolê. Sem mãe perto, sem pai certo, sem cama certa, sem coberta, vira mulher com medo, vira mulher sempre cedo... Ela que nunca pode ser ela direito, ela que nem ensaiou o jeito com a boneca vai ter que ser mãe depressa na calçada ter filho sem pensar, ter filho por azar, ser mãe e vítima. Ter filho pra doer, pra bater, pra abandonar. (Repórter) A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka lembra que o trabalho de Elisa Lucinda mostra a realidade crua que muitas vezes as pessoas fingem não ver. (Ilana Trombka) Ela faz um trabalho muito inquietante. Faz com que a gente olhe e veja exatamente como estamos nos comportando no papel de mulher na sociedade. Em que medidas as nossas ações, mais que o nosso discurso reforçam ou não algumas ações tradições ou machistas na sociedade. (Repórter) A apresentação da atriz fez parte do lançamento da Campanha “Com que bolsa eu vou?” que vai arrecadar roupas, calçados e itens de beleza e higiene pessoal que serão doados a mulheres em situação vulnerável que vivem provisoriamente na Casa Abrigo do Distrito Federal. LOC: A ARRECADAÇÃO ACONTECE NO SENADO ATÉ O FINAL DE ABRIL NOS SEGUINTES PONTOS: ENTRADA DA BIBLIOTECA, HALL DO INTERLEGIS, ENTRADA DA ACESSIBILIDADE, ENTRADA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS, ENTRADA DA ALA ALEXANDRE COSTA, HALL DA DIRETORIA GERAL E PÁTIO DO PRODASEN.

Ao vivo
00:0000:00