Economista da Unicamp diz que dados que embasam reforma da Previdência são insuficientes — Rádio Senado
Audiência pública

Economista da Unicamp diz que dados que embasam reforma da Previdência são insuficientes

Em audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), o economista e professor da Universidade de Campinas, Pedro Paulo Bastos, questionou os dados usados pelo governo para embasar a reforma da Previdência (PEC 6/2019). Segundo Paulo Bastos argumenta, seus estudos utilizam a mesma base de cálculos do governo, mas não aponta necessidade econômica de uma Reforma. O senador Paulo Paim (PT-RS) está estudando formas para mudar a proposta antes da votação em segundo turno, prevista para a primeira quinzena de outubro. Ouça mais detalhes no áudio do repórter da Rádio Senado, José Odeveza.

20/09/2019, 13h29 - ATUALIZADO EM 20/09/2019, 14h48
Duração de áudio: 01:56
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência púbica para tratar sobre dados apresentados pelo governo para reforma da Previdência.

Mesa:
secretário de Previdência Social da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Leonardo José Rolim Guimarães;
representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Francisco Urbano;
economista Paulo Kliass;
presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
professor visitante da Universidade da Califórnia – Berkeley, Pedro Paulo Bastos;
representante da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Vilson Antonio Romero.

Foto: Jane de Araújo/Agência Senado
Jane de Araújo/Agência Senado

Transcrição
LOC: EM AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, PESQUISADORES DA UNICAMP CRITICAM DADOS QUE EMBASAM A NECESSIDADE DE REFORMA NA PREVIDÊNCIA SOCIAL. LOC: DEBATEDORES ACREDITAM QUE O GOVERNO AINDA POSSUI INFORMAÇÕES OCULTAS. REPORTAGEM DE JOSÉ ODEVEZA. (Repórter) – O economista e professor da Universidade de Campinas, Pedro Paulo Bastos, apresentou uma nota técnica questionando os números do governo que justificam a necessidade da Reforma da Previdência. Ele suspeita da existência de dados ocultos. Paulo Bastos argumenta que o estudo dele utiliza a mesma base de cálculos, mas não aponta necessidade econômica de uma Reforma. (Paulo Bastos) Então, é muito interessante que a resposta do governo referendou e aumentou a crítica ao próprio trabalho do governo anteriormente. O que significa que aumenta ainda mais a necessidade de termos acesso ao conjunto de mais dados. (Repórter). O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, comentou estratégia da oposição para mudar o relatório da Reforma da Previdência antes da votação em segundo turno. (Paulo Paim) Já foram apresentadas mais de 700 emendas, numa demonstração de que de fato o Senado, a Casa, quer mudar o projeto de que veio da Câmara. Como vai mudar? Isso vai ser resultado da discussão e do processo de votação que temos na Comissão e também no Plenário (Repórter) O relator, senador Tasso Jereissati do PSDB do Ceará, rejeitou 77 emendas e a única mudança acatada beneficia servidores públicos federais, estaduais e municipais, que não serão obrigados a contribuir por 30 ou 35 anos para garantir a totalidade da gratificação por desempenho. Tasso Jereissati disse que se a Reforma não for aprovada, o futuro econômico do país será prejudicado. (Tasso Jereissati) Os brasileiros aguardam a votação de uma matéria que vai poder fazer o ajuste nas contas de um estado que não tem capacidade de investimento. Se essa conta não fechar nós estaremos prejudicando as futuras gerações e seremos cobrados por isso. (Repórter) A votação em primeiro turno da Reforma da Previdência está prevista para o dia 24.

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