Decisão da Câmara de rejeitar denúncia contra Temer repercute no Senado
Transcrição
LOC: A DECISÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS DE REJEITAR O PEDIDO DA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA DE ABERTURA DE PROCESSO POR CRIME COMUM CONTRA O PRESIDENTE MICHEL TEMER REPERCUTIU NO PLENÁRIO DO SENADO.
LOC: FORAM 227 VOTOS A FAVOR DA CONTINUIDADE DA DENÚNCIA E 263 CONTRÁRIOS. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI:
(Repórter) Eram necessários 342 votos para que o Plenário da Câmara autorizasse o Supremo Tribunal Federal a iniciar uma ação contra o presidente Michel Temer por crime comum. Essa decisão, no entanto, ainda dependeria do próprio plenário do STF. A maioria dos ministros do Supremo teria que optar pela abertura do processo criminal. Só aí, Michel Temer seria afastado por até 180 dias, prazo em que o julgamento aconteceria no STF. Para o senador José Medeiros, do PSD de Mato Grosso, todas essas etapas levariam a decisão final para 2018, ano de eleições:
(José Medeiros) Quando trocar já vai estar no momento da outra eleição. O que vai trazer de benefício para o país? Por isso o julgamento é político, para que o Parlamento possa ver a conveniência e a oportunidade. Ninguém está isentando o presidente de ser investigado. Ele vai, posterior, ao término do mandato. Então, eu entendo a luta política, faz sentido, mas quero exaltar o espírito de responsabilidade dos deputados com relação à saúde do país.
(Repórter) Já o senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, lamentou a decisão da Câmara e disse que a vitória de Michel Temer foi conseguida graças a liberação de emendas parlamentares, o que para Randolfe caracteriza a compra de deputados:
(Randolfe Rodrigues): O que nós vimos e assistimos nos últimos dias foi o maior derrame de dinheiro da história. Não tem outro nome para o que aconteceu na Casa vizinha, na Câmara dos Deputados. É pouca vergonha, é compra de deputados à luz do dia. Nunca se fez um compra-compra de parlamentar em troca dos interesses da nação tão escandalosamente como foi feito agora pelo governo do senhor Michel Temer.
(Repórter) A Procuradoria-Geral da República deve encaminhar outras denúncias para que a Câmara dos Deputados decida se autoriza ou não a abertura de processos contra Michel Temer.