Empréstimos do Brasil para a Venezuela serão debatidos por comissão
A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle do Senado (CTFC) promoverá audiência pública para debater os empréstimos feitos pelo Brasil à Venezuela entre 2003 e 2016. O pedido de audiência partiu do senador Eduardo Girão (PODE-CE), que quer esclarecimentos sobre as operações de crédito. Para o senador Paulo Rocha (PT-PA), esta não é a melhor hora para debates o assunto, pois as relações entre Brasil e Venezuela passam por um momento delicado.
Transcrição
LOC: OS EMPRÉSTIMOS DO BRASIL PARA A VENEZUELA FEITOS DURANTE OS GOVERNOS DE LULA E DILMA SERÃO TEMA DE DEBATE NA COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DO SENADO.
LOC: OS PRESIDENTES DO BNDES E DO TCU SERÃO CONVIDADOS PARA A AUDIÊNCIA PÚBLICA. REPÓRTER MARCELA DINIZ.
(Repórter) A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle do Senado promoverá audiência pública para debater os empréstimos feitos pelo Brasil à Venezuela entre os anos de 2003 e 2016, período temporal que engloba os mandatos de Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O pedido de audiência partiu do senador Eduardo Girão, do Podemos do Ceará, que quer esclarecimentos sobre repasses de recursos diretamente pela União e por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES. Girão havia anunciado, em plenário, na segunda-feira, sua intenção de apresentar o requerimento de audiência pública:
(Eduardo Girão) Os últimos governos brasileiros, alinhados ideologicamente, emprestaram por meio do BNDES algo em torno de 11 bilhões de reais ao governo Venezuelano. Naquele país, o nosso dinheiro financiou os metrôs de Caracas e Los Teques, uma ponte sobre o Orinoco, a Usina Siderúrgica Nacional, estaleiros e saneamento básico. Deixamos de investir em nosso transporte urbano, em pontes, em nossas siderúrgicas e em nossos estaleiros.
(Repórter) O senador Paulo Rocha, do PT do Pará, votou contra o pedido de audiência. Ele argumenta que o requerimento de Girão não estava na pauta da Comissão e, por isso, não houve tempo para aprofundar a discussão sobre o momento mais oportuno para o debate. Para Rocha, as relações entre Brasil e Venezuela passam por uma fase delicada e essa pauta pode acirrar os ânimos:
(Paulo Rocha) Eu sei qual é o objetivo, a intenção de fazer esse debate, principalmente, no que está sendo discutido na Venezuela. Só vou votar contra. Acho complicado fazer dessa forma que não prepara o debate político, colocando extra-pauta um requerimento desse tipo que pode criar problemas políticos entre a gente. Acho meio atabalhoado fazer esse tipo de debate.
(Repórter) Os presidentes do BNDES, Joaquim Levy, e do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro, serão convidados para a audiência pública que ainda não tem data marcada.