Cristovam considera vergonhoso número de analfabetos no Brasil — Rádio Senado

Cristovam considera vergonhoso número de analfabetos no Brasil

LOC: O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO CONSIDERA UMA VERGONHA O FATO DE MAIS DE 14 MILHÕES DE BRASILEIROS NÃO SABEREM LER OU ESCREVER.  

LOC: OS DADOS DO ANALFABETISMO NO BRASIL FAZEM PARTE DE UMA PESQUISA DO IBGE.

O Brasil possui mais de 14 milhões e 500 mil pessoas que não sabem ler ou escrever. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - a Pnad - de 2009 realizada pelo IBGE. Esse contingente corresponde a 9,7% da população. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o Brasil teve a maior taxa média de analfabetismo da América do Sul. Mesmo assim, o governo acredita que o país conseguirá reduzir nos próximos quatro anos o número de pessoas que não sabem ler e escrever, passando para 6,7% da população. O ministro da Educação, Fernando Haddad, declarou que a alta taxa de analfabetismo está quase que restrita às zonas rurais e atinge uma população com mais de 25 anos. O senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, questionou a justificativa oficial. (Cristovam) Isso me incomoda. É o mesmo que dizer que o número de mortos por malária não incomoda por estar numa região do Brasil. Tenho visão do analfabetismo diferente. Para mim, a alfabetização é uma questão de direitos humanos. O analfabeto é privado de um direito humano fundamental no mundo moderno: entender o mundo onde vive. Enquanto tiver uma pessoa analfabeta, o Brasil não pode comemorar nenhum avanço. REPORTER Ainda segundo a PNAD, 20% da população se declaram analfabetas funcionais por terem menos de quatro anos de estudo. Para o ex-ministro da Educação, essa taxa é vergonhosa. (Cristovam) É um direito humano saber ler e bem. O simples fato de falarmos em analfabeto funcional é um erro. É o mesmo dizer que há tortura leve e pesada. A tortura fere o direito humano. É uma tortura não saber ler e com facilidade. Não importa se a pessoa está na cidade ou no campo. Se tem 20 ou 30 ou 100 anos. Repórter: A PNAD revelou ainda um aumento de 2% no número de crianças com idades de 4 a 5 anos matriculadas no ensino infantil, conforme determina lei aprovada pelo Senado. Já na faixa etária de 15 a 17 anos, a taxa de escolarização subiu de 84,1% em 2008 para 85,2% em 2009.
09/09/2010, 01h21 - ATUALIZADO EM 09/09/2010, 01h21
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