CRE debate efeitos políticos na América do Sul do esquema de corrupção investigado pela Lava-Jato — Rádio Senado
Audiência pública

CRE debate efeitos políticos na América do Sul do esquema de corrupção investigado pela Lava-Jato

Os efeitos dos esquemas de corrupção da Odebrecht sobre a política na América Latina continuam e foram discutidos na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE). A construtora admitiu ter pago propinas em 12 países que chegaram a 788 milhões de reais. Como lembrou o senador Lasier Martins (PSD-RS), um dos países profundamente atingidos foi o Peru, onde o ex-presidente renunciou. Segundo diplomata brasileiro Rodrigo Baena Soares, aprovado na comissão como próximo embaixador brasileiro no Peru, está prevalecendo a normalidade constitucional naquele país, mas o Ministério Púbico Peruano continua investigando casos de corrupção.

28/05/2018, 13h19 - ATUALIZADO EM 28/05/2018, 14h27
Duração de áudio: 02:31
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: OS EFEITOS POLÍTICOS DA CORRUPÇÃO NO PERU COM PARTICIPAÇÃO DE EMPRESA BRASILEIRA FORAM DISCUTIDOS NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO. LOC: AS INVESTIGAÇÕES CONTINUAM, MAS DIPLOMATA ALEGA QUE A NORMALIDADE CONSTITUCIONAL FOI OBSERVADA. REPÓRTER FLORIANO FILHO. (Repórter) Depois das investigações da operação Lava-Jato, a construtora Odebrecht admitiu ter pago propinas em 12 países que chegaram a 788 milhões de reais. Em 2015, a multinacional atuava em 25 países, tinha uma receita líquida de quase 40 bilhões e contava com 128 mil funcionários. Após a reestruturação da empresa, os trabalhadores são hoje cerca de 80 mil. Os efeitos dos esquemas de corrupção sobre a política na América Latina também continuam e foram discutidos na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O senador Lasier Martins, do PSD do Rio Grande do Sul, descreveu a extensão do dano causado no Peru, um dos países latino-americanos atingidos pelas investigações de corrupção. (Lasier Martins) O Ministério Público peruano apurou atos de corrupção do presidente Pedro Kuczynski, que inclusive renunciou ao mandato, e tem também levado a efeito investigações também sobre o que fizeram Alejandro Toledo, Alan García, Ollanta Humala e a ex-candidata, que não conseguiu concorrer, a Keiko Fujimori. (Repórter) O diplomata Rodrigo Baena Soares, aprovado na comissão como próximo embaixador brasileiro no Peru, disse que o ministério público peruano continua investigando esquemas de corrupção em colaboração com os procuradores brasileiros. Após a turbulência que provocou a renúncia do presidente peruano, o país está retomando a normalidade constitucional, segundo o diplomata. (Rodrigo Baena) O presidente Vizcarra assumiu o governo em março passado, e o processo político está se desenrolando com a normalidade possível, em vista das circunstâncias. Inclusive, mencionei aqui o voto de confiança que o presidente Vizcarra recebeu do Parlamento, um Parlamento unicameral no Peru. São 130 deputados, com a maioria oposicionista, mas, mesmo assim, o presidente Vizcarra recebeu esse voto de confiança. (Repórter) Além do Peru, a Odebrecht também confessou ter participado de esquemas de corrupção em Angola, Argentina, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, República Dominicana e Venezuela.

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