CRA debate problemas enfrentados pelo mercado de pescado brasileiro — Rádio Senado
Audiência pública

CRA debate problemas enfrentados pelo mercado de pescado brasileiro

O mercado de pescado brasileiro sofre com a concorrência desleal, fraude e falta de fiscalização. O assunto foi discutido em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA).  Senadores e especialistas discutiram a necessidade de reinspeção do pescado importado. A indústria pesqueira nacional está enfraquecida em razão da concorrência desleal, especialmente com o mercado asiático.

27/10/2016, 12h03 - ATUALIZADO EM 27/10/2016, 15h18
Duração de áudio: 02:27
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: O MERCADO DE PESCADO BRASILEIRO SOFRE COM A CONCORRÊNCIA DESLEAL, FRAUDE E FALTA DE FISCALIZAÇÃO. LOC: O ASSUNTO FOI DISCUTIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA. MAIS INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER IARA FARIAS BORGES: (Repórter) A audiência pública discutiu a necessidade de reinspeção do pescado importado. A indústria pesqueira nacional está enfraquecida em razão da concorrência desleal, especialmente com o mercado asiático. O produto importado, no entanto, muitas vezes, tem o peso adulterado - por excesso de água ou gelo-; recebe aditivos, alguns cancerígenos; e até mesmo a espécie do peixe descrito no rótulo é outra. O representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Ravagnani, reconheceu que há deficiência na fiscalização, em razão da falta de orçamento. E acrescentou que os importadores de pescado devem ser responsabilizados pela entrada no país de produtos fraudados. (José Ravagnani) “O importador também tem uma responsabilidade muito grande porque ele sabe o que está comprando. Então, se nós temos produtos importados ou nacionais fraudados, tem uma responsabilidade do Ministério da Agricultura em fiscalizar, mas a responsabilidade muito maior é da própria indústria”. (Repórter) Para exemplificar o nível de fraude, o representante da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado, Eduardo Lobo, relatou como o bacalhau chega à mesa dos brasileiros. (Eduardo Lobo) “O bacalhau da Noruega custa X euros. O bacalhau processado em Portugal custa os mesmos X euros. Esse mesmo bacalhau vai pra China e chega no Brasil pela metade desse X euros. Ninguém faz mágica, não. Isso é fraude. O produto que vem de lá está fraudado”. (Repórter) Esses produtos são mais baratos, mas podem colocar em risco a saúde da população, observou a presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul. Ela ainda ressaltou que a fiscalização depende de investimentos, muitas vezes, contingenciados. (Ana Amélia) “às vezes a gente está comprando um produto porque é mais barato, mas não sabe dos riscos que corre. Porque não é só o preço, mas tem que cuidar da qualidade. E as limitações são impostas, exatamente, pelo equívoco de não estabelecer prioridades. Que país queremos? Um país só de festa, Copa do Mundo ou Olimpíada, ou queremos um país que seja produtivo e respeitado lá fora?”. (Repórter) Também participaram da audiência pública representantes do Inmetro, da Anvisa e da Comissão Nacional da Agricultura.

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