CPMI das Fake News debate impactos das notícias falsas para a democracia — Rádio Senado
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CPMI das Fake News debate impactos das notícias falsas para a democracia

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News promoveu audiência pública nesta terça-feira (22/10) para discutir os impactos das notícias falsas para a democracia brasileira. Entre os convidados estavam o professor da Universidade Federal da Bahia e doutor em Direito Wilson Gomes, o general de Divisão Guido Amin, do Comando de Defesa Cibernética do Exército, e o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Daniel Bramatti. Entre os pontos debatidos, a criminalização ou não da prática de disseminar as chamadas notícias falsas. A reportagem é de Celso Cavalcanti.

22/10/2019, 20h21 - ATUALIZADO EM 23/10/2019, 13h18
Duração de áudio: 02:22
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News realiza audiência pública interativa para tratar sobre o fenômeno das fake news na sociedade e na democracia. 

Mesa:
professor do Curso de extensão em Direito Eletrônico da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), Walter Capanema;
Comando de Defesa Cibernética do Exército, general de divisão Guido Amin Naves;
relatora da CPMI da Fake News, deputada Lídice da Mata (PSB-BA);
presidente da CPMI das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA);
doutor em Filosofia, professor titular da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Wilson Gomes;
presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Daniel Bramatti.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: ?QUAIS OS IMPACTOS DA DISSEMINAÇÃO DE NOTÍCIAS FALSAS PARA A DEMOCRACIA BRASILEIRA? LOC: O ASSUNTO FOI DISCUTIVO POR PARLAMENTARES E CONVIDADOS, NESTA TERÇA-FEIRA, EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA CPI MISTA DAS FAKE NEWS. REPÓRTER CELSO CAVALCANTI: TÉC: As chamadas fake news passaram a ser objeto de estudo nas universidades brasileiras a partir de 2016, diante da polarização política vivida pelo país. Ao explicar as características dessas notícias falas, o doutor em Filosofia e professor da Universidade Federal da Bahia Wilson Gomes destacou que, mais do que um aspecto da comunicação digital, elas devem ser entendidas como fenômeno político. (WILSON GOMES): Fake News não é parte do jornalismo, embora o jornalismo tenha que se preocupar com fake News. Fake News é parte da política, a política suja, voltada para a destruição de imagem e de reputações. (REP) Para o general de Divisão Guido Amin Naves, do Comando de Defesa Cibernética do Exército, as fake news podem afetar tanto uma pessoa em particular quanto um país inteiro. (GUIDO AMIN): Quando alguém difunde alguma notícia falsa sobre alguém, uma calúnia, uma difamação, uma coisa assim, estou diante de um crime talvez. Mas quando isso transpõe para outra ponta do espectro eu começo a, por exemplo, influenciar eleições de um país ou coisa que o valha, já estou mexendo no equilíbrio de poder entre estados. (REP) Daniel Bramatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, se manifestou contra a criminalização das fake News, o que segundo ele pode ser um instrumento de governos autoritários contra a liberdade de expressão. (DANIEL BRAMATTI): Em geral quem está numa situação de poder usa do estratagema de chamar de fake News tudo o que o desagrada. Nos países onde houve mudança de legislação para tratar desse fenômeno a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, saíram no mínimo arranhadas ou saíram muito prejudicadas. (REP) O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, concorda. (HUMBERTO COSTA): É muito difícil você ter uma legislação que coíba um tipo de coisa como esse e de alguma forma não atinja a liberdade de expressão, né?. (REP) Já a senadora Soraya Thronicke, do PSL de Mato Grosso do Sul, alerta que a população deve buscar sempre fontes confiáveis de informação, e que a disseminação de fake News deve ser julgada como crime de calúnia. (SORAYA THRONICKE): Porque não deixa de ser uma calúnia. E conscientizar a população também a checar, checar as fontes. (Rep) Esta foi a quinta reunião da CPI mista das fake News, que é presidida pelo senador Ângelo Coronel, do PSD baiano. Da Rádio Senado, Celso Cavalcanti

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