CPI discute indenização às vítimas do voo da Chapecoense — Rádio Senado
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CPI discute indenização às vítimas do voo da Chapecoense

A CPI da Chapecoense realizou nesta terça-feira (4) a primeira de nove oitivas que irão subsidiar o relatório do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).  Os senadores conversaram com as famílias e advogados das vítimas  sobre pendências nas indenizações. O jogador Netto, um dos 6 sobreviventes do acidente que deixou 71 vítimas fatais, deu detalhes de outros voos operados pela empresa aérea boliviana LaMia em condições precárias. A senadora Leila Barros (PSB-DF) frisou a importância de investigar de onde partiu a indicação da LaMia para fazer o transporte do time. A reportagem é de Marcella Cunha

04/02/2020, 14h03 - ATUALIZADO EM 04/02/2020, 14h03
Duração de áudio: 02:45
CPI sobre a situação das vítimas e familiares do acidente da Chapecoense (CPICHAPE) realiza audiência pública interativa com o objetivo de compreender, sob a ótica das vítimas e seus familiares, a realidade fática dos desdobramentos do acidente, em especial sobre as pendências indenizatórias.\r\rMesa:\ratleta da Associação Chapecoense de Futebol, Helio Hermito Zampier Neto;\rpresidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense (Afav-C), Fabienne Belle;\rrelator da CPICHAPE, senador Izalci Lucas (PSDB-DF);\rpresidente da CPICHAPE, senador Jorginho Mello (PL-SC);\rfilha do ex-presidente da Chapecoense, Dhayane Pallaoro;\rpresidente da Associação Brasileira das Vítimas do Acidente com a Chapecoense (Abravic), Fabiano Porto;\radvogado do jogador Hélio Hermito Zampier Neto, Marcel Camilo.\r\rFoto: Jane de Araújo/Agência Senado
Jane de Araújo/Agência Senado

Transcrição
LOC: A CPI DA CHAPECOENSE DISCUTIU PENDÊNCIAS INDENIZATÓRIAS COM AS FAMÍLIAS E ADVOGADOS DAS VÍTIMAS DO ACIDENTE QUE JÁ COMPLETOU TRÊS ANOS. LOC: OS SENADORES QUEREM SABER DE ONDE PARTIU A INDICAÇÃO DA EMPRESA AÉREA BOLIVIANA LAMIA PARA TRANSPORTAR A EQUIPE. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: A CPI questionou familiares e advogados das vítimas do voo da Chapecoense, principalmente sobre o pagamento de indenizações. Essa foi a primeira de nove oitivas aprovadas no plano de trabalho que serão realizadas antes da elaboração do relatório do senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal. O acidente da chapecoense deixou 71 vítimas fatais, das quais 64 eram brasileiras. Vinte e três famílias assinaram um acordo com as seguradoras para receberem 225 mil dólares em troca de não participarem de qualquer outra ação na Justiça. As demais famílias têm processos tramitando contra a corretora de seguros britânica que negociou com a LaMia, a empresa boliviana que assumiu o seguro, e a Tokio Marine Kiln, contratada como resseguradora. Já as 5 vítimas bolivianas, que faziam parte da tripulação, já foram indenizadas. Para Marcel Camilo, advogado do jogador Netto, um dos seis sobreviventes, o pagamento foi uma forma de abafar o caso no país vizinho. (Marcel): Quando eu pago ao cidadão boliviano eu resolvo um problema interno no meu país. Porque pagou? Faltou combustível do mesmo jeito, tinha excludente do mesmo jeito, tudo estava errado exatamente do mesmo jeito. Por que o tratamento? Porque acho que fazia todo sentido naquele momento e que se pagasse as vítimas bolivianas para os questionamentos internos não virem à tona. E aí se resolve rápido, se cala a todos e acabou. (Rep) O jogador Neto deu detalhes das condições oferecidas pela LaMia em outro voo operado pela empresa, onde os jogadores atravessaram a fronteira entre a Bolívia e o Acre em vans precárias. (Neto) Têm gravações aí, que as esposas têm, que a gente estava sorrindo, achando até engraçado andar numa van sem porta, para você ter noção. A LaMia que proporcionou isso. Era tudo um pouco clandestino porque eu lembro que quando a gente desceu nesse aeroporto para atravessar para o Brasil, a gente não podia tocar no celular porque estava sendo abastecido na hora, então foi uma loucura. (REP) A senadora Leila Barros, do PSB do Distrito Federal, ressaltou que é importante que a CPI investigue de onde partiu a indicação da empresa LaMia para transportar a equipe da Chapecoense. (Leila): Eu fui atleta, gente. Você entrega sua vida ao clube. Tem algo errado na indicação da LaMia e quais foram os critérios para indicação. Como surgiu a LaMia nessa história? Obviamente que muitas vezes a Chapecoense acreditou na indicação pela maior experiência, não pelo fato de ela ter agido de má fé. (Rep) A próxima reunião da CPI está marcada para o dia 11 de fevereiro, quando será ouvido o procurador da República, Carlos Prola Junior.

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