Conheça a história do voto no Brasil

Transcrição
LOC: TRINTA E DOIS ANOS APÓS A CHEGADA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL, ACONTECEU A PRIMEIRA ELEIÇÃO NO BRASIL. OS MORADORES DA VILA DE SÃO VICENTE, EM SÃO PAULO, FORAM ÀS URNAS PARA ELEGER O CONSELHO MUNICIPAL. LOC: MAS FOI UMA ELEIÇÃO INDIRETA. O POVO ESCOLHEU SEIS REPRESENTANTES QUE, EM SEGUIDA, ELEGERAM OS INTEGRANTES DO CONSELHO. CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DO VOTO NO BRASIL NA REPORTAGEM ESPECIAL DE MAURÍCIO DE SANTI: TÉC: Por mais de trezentos anos, os brasileiros puderam votar apenas na esfera municipal. Só em 1821 é que foram eleitos 72 representantes da colônia junto à corte portuguesa. As eleições nos períodos da colônia e do império foram marcadas pela restrição ao voto, só podiam ir às urnas cidadãos que comprovassem um certo padrão econômico. Outra marca foram as inúmeras fraudes. Era permitido, por exemplo, o voto por procuração. Também era comum a contabilização de votos de crianças, pessoas mortas, moradores de outros municípios, além dos eleitores que iam às urnas mais de uma vez. O título de eleitor só veio em 1881, com a chamada Lei Saraiva. Mesmo com a Proclamação da República, em 1889, o voto continuava um direito de poucos. Menores de 21 anos, mulheres, analfabetos, mendigos, soldados rasos, indígenas e integrantes do clero eram impedidos de votar. A eleição direta para presidente e vice-presidente deu o ar da graça pela primeira vez apenas na Constituição Republicana de 1891. E Prudente de Morais foi o primeiro a ser eleito pelo voto direto, em 1894. Apesar dos avanços, demoraria quase 40 anos para que o voto fosse assegurado às mulheres. Essa conquista só chegou em 24 de fevereiro de 1932, quando o Código Eleitoral Provisório permitiu que elas votassem nas eleições nacionais. Foi também no início da década de 30 que o voto passou a ser secreto, após a criação do Tribunal Superior Eleitoral e dos Tribunais Regionais Eleitorais. Mas esses avanços foram interrompidos em 1937 pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, uma ditadura que se prolongou até 1945. Durante oito anos, o brasileiro não foi às urnas uma única vez. O voto para presidente também foi proibido após o golpe militar de 1964. Somente em 1989 o brasileiro voltou a escolher pelo voto direto o presidente da República. O País consolidava de vez a democracia. A eleição foi a mais concorrida da história da República, com 24 candidatos. Desde então o Brasil vive um período de eleições regulares com a escolha direta de presidente da república, governadores, deputados federais, estaduais e distritais, senadores, prefeitos e vereadores. O senador Lasier Martins, do PSD do Rio Grande do Sul, avalia que os eleitores estão insatisfeitos com o País e terão a oportunidade de manifestar isso nas urnas: (LASIER MARTINS) A saturação jamais vista da população brasileira com a deterioração da política, com a corrupção generalizada, com os desvios do dinheiro público, com as impunidades, os atrasos das obras públicas de urgência, os déficits orçamentários e mal explicados, o sofrimento do povo carente, a baixa qualidade dos serviços públicos essenciais. Os brasileiros cansaram. (MAURÍCIO): A década de 90 trouxe a inovação da urna eletrônica e a possibilidade do voto em trânsito. Nessas eleições, quem estiver em um município do mesmo estado do domicílio eleitoral poderá votar para todos os cargos. Já quem estiver fora do estado votará apenas para presidente da República. A Justiça Eleitoral recebeu 87.979 pedidos de eleitores para votar em trânsito nas eleições de outubro. Da Rádio Senado, Maurício de Santi.