Integrantes de movimentos sociais temem MP da reforma administrativa — Rádio Senado
MP 870

Integrantes de movimentos sociais temem MP da reforma administrativa

Representantes de segmentos sociais como indígenas, trabalhadores sem-terra e quilombolas se sentiram prejudicados pela Reforma Administrativa do governo. Eles participaram nesta terça-feira (23) de uma audiência pública na comissão mista que vai votar no Congresso a Medida Provisória (MPV 870/2019) que reduziu o número de ministérios e remanejou entidades públicas. O relator da MP, senador Fernando Bezerra (MDB – PE), disse entender as reinvindicações de movimentos sociais, mas afirmou que a Reforma Administrativa é legítima porque grande parte da população brasileira apoia uma redução da estrutura e dos gastos públicos.

23/04/2019, 13h13 - ATUALIZADO EM 23/04/2019, 15h26
Duração de áudio: 02:36
Comissão Mista da Medida Provisória (CMMPV) nº 870, de 2019, que estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos ministérios, realiza audiência pública interativa para tratar sobre a medida.

Mesa:
representante da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Francisco Del Chiavon;
representante do Conselho Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Givania Maria da Silva;
relator da CMMPV 870/2019, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Foto: Jane de Araújo/Agência Senado
Jane de Araújo/Agência Senado

Transcrição
LOC: REPRESENTANTES DE MOVIMENTOS SOCIAIS AFIRMAM QUE REIVINDICAÇÕES COMO A DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS E A REFORMA AGRÁRIA PODERÃO SER PREJUDICADAS POR MEDIDA PROVISÓRIA DO GOVERNO. LOC: ELES PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA PÚBLICA EM COMISSÃO MISTA DO CONGRESSO NESTA TERÇA-FEIRA. A REPORTAGEM É DE FLORIANO FILHO. (Repórter) A medida provisória 870 foi a primeira editada pelo governo de Jair Bolsonaro. Ela reduziu os ministérios de 29 para 22. Também remanejou entidades públicas como o Instituto de Colonização e Reforma Agrária, o INCRA, e a Fundação Nacional do Índio, a Funai. Representantes desses e de outros segmentos sociais, como os quilombolas se sentiram prejudicados. Eles participaram nesta terça-feira de uma audiência pública na comissão mista que vai votar no Congresso a medida provisória. O assessor jurídico da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Luiz Eloy Terena, afirmou que a nova estrutura administrativa do governo vai tornar mais difícil a demarcação de terras indígenas no país. (Luiz Eloy Terena) “Nós temos ainda um déficit muito grande de terras e territórios que ainda precisam ser regularizados”. (Repórter) O representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, Francisco Del Chiavon, pediu que o enxugamento dos ministérios e a mudança dos órgãos públicos não atrapalhem a continuidade da reforma agrária de forma a diminuir a desigualdade social no Brasil. (Francisco Del Chiavon) “É um problema social, é um problema econômico. É um problema da estrutura agrária brasileira”. (Repórter) O relator da medida provisória na comissão mista, senador Fernando Bezerra, do MDB de Pernambuco, explicou que senadores e deputados apresentaram 545 emendas tentando alterar a MP. Muitas delas preveem a recriação de Ministérios e restauração de repartições públicas à situação anterior. Bezerra disse entender as reivindicações de movimentos sociais, mas afirmou que a reforma administrativa é legítima porque grande parte da população brasileira apoia uma redução da estrutura e dos gastos públicos. ( Fernando Bezerra) Sociedade brasileira que assistiu ao inchamento da máquina pública. Isso foi tema de campanha. (Repórter) O senador Fernando Bezerra deve apresentar o parecer no dia 7 de maio. A medida provisória vigora até o dia 3 de junho e, além de ser votada na comissão, ainda precisa passar pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado. CMMPV 870/2019

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