Comissão discute calote de empréstimos feitos a outros países pelo BNDES — Rádio Senado
Relações Exteriores

Comissão discute calote de empréstimos feitos a outros países pelo BNDES

O calote nos empréstimos do BNDES para grandes obras em outros países foi criticado na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O Tesouro Nacional teve que cobrir as parcelas não pagas por Venezuela e Moçambique. O senador Lasier Martins (PSD-RS) questionou a decisão da diretoria do banco na concessão de empréstimos que para ele foram extremamente arriscados. A reportagem é de Floriano Filho, da Rádio Senado.

04/06/2018, 22h27 - ATUALIZADO EM 04/06/2018, 22h27
Duração de áudio: 02:14
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realiza reunião para apreciação de requerimentos.

Mesa:
presidente eventual da CRE, senador Lasier Martins (PSD-RS),
senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: SENADORES QUESTIONAM EMPRÉSTIMOS DO BNDES PARA OUTROS PAÍSES E RECLAMAM DO CALOTE DA VENEZUELA E DE MOÇAMBIQUE. LOC: O ASSUNTO FOI DISCUTIDO NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO. REPÓRTER FLORIANO FILHO. TÉC: Desde 1997 o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social emprestou U$ 10 bilhões e meio de dólares para 15 países. Os empréstimos do BNDES financiaram obras de empreiteiras brasileiras no exterior como estradas, portos, linhas de metrô e hidrelétricas. Desse total, já foram devolvidos mais de 8 bilhões, incluindo juros. No ano passado, Venezuela e Moçambique não pagaram as parcelas devidas. O Tesouro Nacional, que na prática é dinheiro do contribuinte, teve que cobrir o calote no BNDES. Quase metade do que o banco ainda tem a receber foi emprestado para Venezuela, Moçambique e Angola. O senador Lasier Martins, do PSD do Rio Grande do Sul, questionou na Comissão de Relações Exteriores do Senado a decisão da diretoria do banco na concessão de empréstimos que para ele foram extremamente arriscados. (Lasier Martins) a União brasileira vai ter que pagar o calote da Venezuela e de Moçambique, e o de Moçambique é por causa do aeroporto, um aeroporto moderníssimo para nada. Qual é o movimento lá? O diplomata Rodrigo Baena Soares, próximo embaixador brasileiro no Peru, que antes era embaixador em Moçambique confirmou que o movimento no aeroporto moçambicano ficou muito abaixo do que era esperado na época do empréstimo feito pelo BNDES. (Rodrigo Baena) a previsão inicial para o Aeroporto de Nacala, que fica na província de Nampula, no centro norte de Moçambique, era de 500 mil passageiros ao ano, mas hoje mal se tem 50 mil ao ano. Então, de fato, não há o movimento que se esperava de passageiros. (Repórter) A maior tomadora de empréstimos do BNDES para grandes obras em vários países da América do Sul e da África foi a construtora Odebrecht, que confessou ter participado de esquemas de corrupção em pelo menos 11 países. Da Rádio Senado, Floriano Filho.

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