Comissão debate políticas públicas em combate ao feminicídio
Durante a audiência pública interativa realizada nesta quarta-feira (25), pela Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM), foram debatidas as políticas públicas aplicadas no combate ao feminicídio no Brasil. De acordo com os convidados, educar os homens desde cedo seria uma das formas de diminuição da violência, além de medidas protetivas eficazes às mulheres.
Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER DISCUTIU EM AUDIÊNCIA NESTA QUARTA-FEIRA A APLICAÇÃO DA LEI DO FEMINICÍDIO.
LOC: DURANTE O DEBATE, A CONSCIENTIZAÇÃO DOS HOMENS DESDE CRIANÇA FOI APONTADA COMO UMA DAS SOLUÇÕES DO PROBLEMA. REPÓRTER LAÍSA LOPES
TÉC: O assassinato de mulheres por meio de violência doméstica ou familiar, violência sexual, mutilação da vítima ou tortura é considerado feminicídio. Durante a audiência no Congresso, a Comissão avaliou as políticas públicas de combate à violência contra a mulher no Brasil, e os participantes destacaram a ineficácia das medidas protetivas atuais. Dados do Conselho Nacional de Justiça apontam que em 2016 foram registrados mais de um milhão de casos de violência doméstica no país e, neste ano, as denúncias já passam dos 334 mil. O representante da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Rafael Raeff, apontou que as ações preventivas deveriam ser mais efetivas.
(Rafael Raeff) Infelizmente ainda acontece, é muito comum da mulher sofrer algum tipo de violência, ter a medida de urgência nas mãos e infelizmente vir a óbito, vir a falecer de uma mesma violência, do mesmo autor. (Repórter) Para que algumas políticas públicas possam ser criadas, a Comissão de Combate à Violência contra a Mulher pediu que os estados enviem dados sobre feminicídio para os órgãos brasileiros responsáveis em segurança pública. A deputada Flávia Morais, do PDT de Goiás, acredita que a violência contra a mulher é uma questão cultural e que falta orientação no processo de educação masculino sobre o assunto.
(Flávia Morais) É importantíssimo o trabalho a longo prazo, principalmente na orientação das mães, das mulheres na criação dos seus filhos. Talvez é um resultado que demore a chegar, mas que passa por isso essa mudança cultural que a gente precisa ter para que a gente tenha uma diminuição dos números de feminicídio.
(Repórter) Segundo dados do Instituto Maria da Penha, a cada sete segundos uma mulher é vítima de violência física no Brasil, e geralmente o agressor é uma pessoa próxima a ela. Da Rádio Senado, Laísa Lopes.