Comissão debate falta de controle nas finanças internacionais — Rádio Senado

Comissão debate falta de controle nas finanças internacionais

LOC: O QUE O BRASIL DEVE FAZER DIANTE DA CRISE QUE AMEAÇA A ECONOMIA MUNDIAL? LOC: SENADORES E ESPECIALISTAS DEBATERAM NESTA SEGUNDA-FEIRA A FALTA DE CONTROLE NAS FINANÇAS INTERNACIONAIS. MAIS INFORMAÇÕES, COM O REPÓRTER NILO BAIRROS: O mundo passa por uma crise que não se sabe ainda que tamanho tem, nem quanto tempo vai durar. O que se sabe é que os Estados Unidos vão continuar dividindo seus prejuízos com o resto do mundo. E que o Brasil deve continuar se protegendo em relação ao câmbio e mudar o mais rápido possível a agenda de exportações, que tem pouco de produtos tecnológicos e elaborados e muito do setor primário, as chamadas commodities. A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, indústria e Comércio, Tatiana Prazeres, concorda, mas lembra que o país tem incrementado as exportações, mesmo com o dólar desvalorizado. No ano passado, houve superávit de 16 bilhões de dólares na balança comercial, ou seja, a diferença entre o que foi exportado e o que foi importado. Além disso, o Brasil diversifica cada vez mais os destinos de suas vendas, com mais compradores na Ásia e na África. O diretor de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, Luiz Awasu Pereira, explicou a origem da crise norte-americana e lembrou que o Brasil tem adotado medidas para proteger a moeda nacional, que se mantém equilibrada com reservas cambiais da ordem de 340 bilhões de dólares. Outro convidado, o diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida, criticou a irresponsabilidade dos governos, que alimentam a instabilidade ao gastar além da conta e comprometer os mercados. Mas o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, criticou o Banco Central e o Ministério do Desenvolvimento, que, para ele, não estão se ocupando ainda das ameaças que a crise financeira apresenta ao Brasil. Para o senador, o país só não quebrou por causa das políticas sociais dos últimos anos, que incrementaram o mercado de consumo interno. Roberto Requião deu uma receita de choque, que inclui investimento pesado na inovação tecnológica: Requião ¿ o que é que nós deveríamos estar fazendo? regulando a queda do dólar, segurando o consignado, o famoso empréstimo consignado, que está dando uma velocidade incrível à inflação, baixando o imposto, subindo o salário e apostando pesadamente não na manutenção do financiamento público para compra, para o consumo de produtos chineses, norte-americanos, japoneses, mas viabilizando financiamento para inovação tecnológica e crescimento da pequena e média empresa no Brasil. Rep: Entre as ameaças que rondam o Brasil está a redução das compras por parte dos Estados Unidos, obrigados agora a frear o consumo. Com menos compras, a China também vai reduzir suas importações, o que pode desencadear ainda mais recessão e afetar o Brasil. O ciclo de debates da Comissão de Relações Exteriores sobre o sistema financeiro continua na próxima semana.
08/08/2011, 09h48 - ATUALIZADO EM 08/08/2011, 09h48
Duração de áudio: 02:39
Ao vivo
00:0000:00