Comissão de Educação debaterá ensino médio a distância
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) debaterá uma proposta que permite a aplicação de 40% da carga horária do ensino médio na modalidade de educação a distância (EAD). A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) acredita que a iniciativa prejudica os estudantes e é uma tentativa de terceirizar o papel da escola pública. O debate, que ainda não tem data marcada, deve contar com a presença de representantes do governo.
Transcrição
LOC: RESOLUÇÃO QUE PERMITE QUE PARTE DO ENSINO MÉDIO SEJA À DISTÂNCIA SERÁ DEBATIDA NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO.
LOC: A PROPOSTA É CRITICADA POR SENADORES, COMO INFORMA A REPÓRTER MARCIANA ALVES.
TÉC: A proposta que permite a aplicação de quarenta por cento da carga horária do ensino médio na modalidade à distância será tema de uma audiência pública na Comissão de Educação. O pedido partiu da senadora Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte, que enfatizou a importância de representantes do Conselho Nacional de Educação explicarem a iniciativa:
(Fátima Bezerra) Afinal de contas, é de lá que surge essa proposta, que nós consideramos extremamente inoportuna.
(REP) O assunto faz parte de uma atualização das Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio, que está em debate no Conselho Nacional de Educação. Fátima Bezerra classificou a ação como uma tentativa de terceirizar o papel da escola pública. Para ela, a proposta contribui para a precarização do ensino e desvaloriza os profissionais da educação:
(Fátima Bezerra) Nós não podemos, especialmente em uma modalidade como essa, substituir o papel do professor. Evidentemente que a educação à distância, como inovação tecnológica, como tecnologia educacional, é bem vista como complemento.
(REP) Para o vice-presidente da Comissão de Educação, senador Pedro Chaves, do PRB de Mato Grosso do Sul, a iniciativa não deve seguir adiante:
(Pedro Chaves) O ministro, repetidas vezes, tem dito que jamais passariam pelo MEC esses 40% de educação à distância. Então, qualquer iniciativa do Conselho Nacional de Educação não tem o aval do Ministério da Educação. Eu, particularmente, também sou radicalmente contra a educação à distância para ensino médio, pela maturidade dos alunos e porque precariza, realmente, a qualidade do ensino.
(Repórter) A resolução em análise ainda permite que, no caso da Educação de Jovens e Adultos, todo o curso possa ser feito à distância. Da Rádio Senado, Marciana Alves.