Comissão de Educação debate prevenção a crimes cibernéticos — Rádio Senado
Audiência pública

Comissão de Educação debate prevenção a crimes cibernéticos

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE) debateu nesta quarta-feira (13) formas de prevenção a crimes cibernéticos. O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) ressaltou a intensificação de ataques pela internet durante o período eleitoral. Segundo o diretor do Laboratório de Segurança PSafe Tecnologia, Emílio Simoni, quase 100 milhões de ciberataques já ocorreram em 2018. Até dezembro, é esperado um aumento de 30% em relação ao ano passado. Os participantes falaram, ainda, sobre as chamadas Fake News e a importância de checar os conteúdos antes de compartilhar com outras pessoas. Ouça mais detalhes no áudio da repórter da Rádio Senado, Marcella Cunha.

13/06/2018, 14h47 - ATUALIZADO EM 13/06/2018, 14h54
Duração de áudio: 03:07
Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realiza  audiência pública interativa para discutir prevenção a crimes cibernéticos por meio da educação digital.

Mesa: 
professor de Direito e Pesquisador de Cultura Digital e Democracia da UNICEUB e do IESB, Paulo Rená;
delegada da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Cristhiane Andrade França;
ministro-conselheiro da Delegação da União Europeia no Brasil, Carlos Oliveira;
presidente eventual da CE, senador Cristovam Buarque (PPS-DF);
vice-presidente do Inova Digital e vice-presidente da Comissão Especial de Inovação da  Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), Fabricio da Mota Alves;
diretor do Laboratório de Segurança da PSafe Tecnologia, Emilio Simoni;
presidente da SaferNet Brasil, Thiago Tavares Nunes de Oliveira.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: A PREVENÇÃO A CRIMES CIBERNÉTICOS FOI TEMA DE DEBATE NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO NESTA QUARTA-FEIRA. LOC: OS PARTICIPANTES REFORÇARAM QUE NUNCA SE DEVE COMPARTILHAR NENHUM CONTEÚDO SEM ANTES VERIFRICAR A VERACIDADE DOS FATOS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA. (Repórter) O cibercrime é qualquer atividade ilícita cometida na internet e pode envolver roubo de dados, acesso a informações confidenciais e falsidade ideológica, entre outros. Durante a audiência pública na Comissão de Educação para debater formas de prevenção a esse tipo de crime, o diretor do Laboratório de Segurança PSafe Tecnologia, Emílio Simoni, afirmou que quase 100 milhões de ciberataques já ocorreram este ano no Brasil. Até dezembro, a estimativa é de 246 milhões casos, um aumento de 30% em relação a 2017. Para mudar esse cenário, Emílio sugere a atuação do legislativo para categorizar de forma mais específica os crimes cibernéticos, a conscientização da população para que não repasse informações sem checagem, e tecnologia de ponta com ferramentas de proteção em tempo real. O especialista ensina, ainda, como identificar as chamadas Fake News, principalmente as que buscam aplicar golpes financeiros: (Emílio Simoni) “Essas páginas geralmente são repletas de publicidade, de banners, normalmente são mal escritas, contêm uma série de erros de português. A gente pode perceber que elas têm um tom alarmista. Ela fala por exemplo ‘compartilhe agora’, ‘ajude a divulgar’, ‘compartilhe com seus amigos’ ‘você tem que divulgar isso’.” (Repórter) O professor de Direito e Pesquisador de Cultura Digital e Democracia, Paulo Rená, destacou a necessidade de atualizar juízes e advogados para a aplicação das leis que envolvam crimes cibernéticos, além das terminologias utilizadas, citando como exemplo o caso da Lei Carolina Dieckmann, sancionada em 2012. (Paulo Rená) “Ela não resolve nem o caso da Carolina Dieckmann porque no caso dela falou ‘acesso ao computador’ e a Lei não fala de acesso ao computador, fala de ‘invasão’. No direito penal você tem o princípio da legalidade estrita, se cita invasão e eu acessei não é invasão e eu não posso ser preso.” (Repórter) A delegada de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal, Christiane França, ressaltou que todos estão sujeitos a serem vítimas de crimes cometidos pela internet, ainda que estejam familiarizados com o ambiente virtual. (Christiane França) “Nós temos muitos casos de pessoas que chegam na delegacia que elas têm conhecimento, elas utilizam objetos de alta tecnologia, no entanto elas acabam clicando em alguns links suspeitos simplesmente porque a vida é tão corrida e às vezes de modo açodado e descuidado elas acertam aqueles links porque não tem um cuidado especial, não fazem uma análise minimamente crítica.” (Repórter) O senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, chamou a atenção, ainda, para a intensificação de ataques cibernéticos durante o período eleitoral. (Cristovam Buarque) “No caso do processo eleitoral nós temos não só na campanha o risco das manipulações e com chama hoje de Fake News mas até mesmo suspeitas, devo dizer que eu não sou desses, de que os resultados podem ser manipulados.” (Repórter) Dados do Relatório da Segurança Digital no Brasil mostram que 97% das pessoas repassam notícias falsas sem conferir o conteúdo.

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