Comissão de Ciência e Tecnologia debate situação atual da ciência brasileira e recente corte orçamentário
A saída para a crise econômica depende de investimentos em ciência e inovação, tanto por parte do setor público como do privado. Esta é a opinião de representantes da comunidade científica que participaram de audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado (CCT). A presidente da SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, observou que a Proposta de Emenda à Constituição do Teto dos Gastos Públicos (PEC 55/2016) não considerou a Ciência como prioritária. Para o senador Jorge Viana (PT – AC), autor do requerimento da audiência, o país deve eleger prioridades. O senador citou, como exemplo, o fato de os Estados Unidos tornarem o deserto da Califórnia uma potência econômica.
Transcrição
LOC: A SAÍDA PARA A CRISE ECONÔMICA DEPENDE DE INVESTIMENTOS EM CIÊNCIA E INOVAÇÃO, TANTO POR PARTE DO SETOR PÚBLICO COMO DO PRIVADO.
LOC: ESTA É A OPINIÃO DE REPRESENTANTES DA COMUNIDADE CIENTÍFICA QUE PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SENADO. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES:
TÉC.: A audiência discutiu o corte de 44% no orçamento destinado à pesquisa científica e tecnológica. O ministro interino da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Elton Zacarias, reconheceu que a pasta passa por dificuldades.
(Zacarias) “Esse ano realmente a situação está dramática. Eu nunca vi uma situação dessas e realmente a situação que eu estou enfrentando esse ano eu não tive paralelo. Existem várias iniciativas que precisam ser incentivadas, colocadas na pauta, debatidas pela Casa também, para que a gente possa melhorar o patamar orçamentário do ministério”.
(Repórter): Com a crise, os cientistas estão saindo do País, disse o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich. Ele alertou que a falta de recursos para a pesquisa pode comprometer a Ciência brasileira.
(L.Davidovich) “Se estamos preocupados com a crise, com o tamanho do PIB, a solução natural é investir em pesquisa e desenvolvimento. Se investir lá, vai voltar multiplicado por dez. Então, a solução é óbvia, é clara, e não quer ver quem só pensa no que vai acontecer até o final dessa semana”.
(Repórter): A presidente da SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, observou que a PEC do limite de gastos não considerou a Ciência como prioritária.
(H.Nader) “Ciência, Tecnologia, inovação e educação não são gastos, são investimentos. Então, eu vejo que o Brasil fez, infelizmente, uma escolha errada. Não teve visão estratégica de Estado”.
(Repórter): O país deve eleger prioridades, avaliou o senador Jorge Viana, do PT do Acre, que pediu a audiência. E citou, como exemplo, o fato de os Estados Unidos tornarem o deserto da Califórnia uma potência econômica.
(J.Viana,12”) “Como é que eles transformaram um deserto numa das maiores economias do mundo? Por que apostaram na Ciência, Tecnologia e na Inovação. São escolhas! Então, o Brasil precisa fazer escolhas. E acho que a Ciência e Tecnologia têm que ser uma das escolhas do país”.
(Repórter):O Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica defendeu políticas para incentivar o investimento privado em Ciência e Tecnologia.
