Combate ao feminicídio passa por fim da cultura machista, diz ex-ministra — Rádio Senado
Comissões

Combate ao feminicídio passa por fim da cultura machista, diz ex-ministra

Em debate na Comissão de Direitos Humanos do Senado, a ex-Secretária de Políticas para as Mulheres, a socióloga Eleonora Menicucci, disse que o combate ao feminicídio e à violência doméstica passa pela superação da cultura machista. Ações pioneiras do estado do Piauí e programas de conscientização de Alagoas também tiveram destaque durante a audiência pública que debateu os direitos da mulher na atual conjuntura do país.

13/11/2018, 16h34 - ATUALIZADO EM 13/11/2018, 17h24
Duração de áudio: 02:00
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para debater sobre: "A situação das mulheres na atual conjuntura na ótica dos Direitos Humanos".

Em pronunciamento, ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: EM AUDIÊNCIA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, A EX-SECRETÁRIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES, ELEONORA MENICUCCI, DISSE QUE O BRASIL PRECISA SUPERAR SUA CULTURA MACHISTA. LOC: AS EXPERIÊNCIAS DO PIAUÍ E DE ALAGOAS NO COMBATE AO FEMINICÍDIO E À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER FORAM DESTACADAS DURANTE O DEBATE. REPÓRTER MARCELA DINIZ. TÉC: A lei que tipificou o feminicídio foi aprovada pelo Congresso e sancionada em 2015 e o Piauí foi o primeiro estado a ter uma Delegacia do Feminicídio e a desenvolver um protocolo especializado de investigação desses crimes. Foi também pioneiro no oferecimento de Plantão de Gênero 24 horas, sete dias por semana, para atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica. De acordo com a subsecretária de Segurança Pública do Piauí, Eugênia Villa, o maior número de agressões ocorre nos finais de semana e feriados: (Eugenia) no sábado, no domingo, noite e madrugada. As mulheres estão chegando a esperar as delegacias da mulher fecharem para irem até o Plantão de Gênero porque sabem que lá tem duas delegadas plantonistas, escrivãs mulheres, o atendimento é feminino. (Rep) A secretária da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas, Maria José da Silva, relatou alguns avanços que têm sido conquistados naquele estado com iniciativas como o “Patrulha Maria da Penha vai às Escolas”. As ações incluem o trabalho com crianças que testemunham ou sofrem violência em casa: (Maria José) É necessário porque o índice de violência é altíssimo. Não só a mãe que está sendo violentada. Trabalhar essa crianças, a cabeça dessa criança porque não é normal você ver um espancamento em casa e se você não cuidar, aquela criança pode ser um futuro agressor. (Rep) Para a ex-secretária de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, o combate aos crimes contra a mulher, como o feminicídio e o estupro, é indissociável do combate à cultura machista que extravasa o âmbito jurídico-policial: (Eleonora) Tem três pautas que resumem toda a pauta das mulheres: nosso corpo nos pertence, o silêncio é cúmplice da violência, para fazer o enfrentamento da violência e a sociedade quebrar com a cultura do estupro, com a cultura da violência, tem que falar. E trabalho igual, salário igual. (Rep) O debate foi pedido pela presidente da Comissão de Direitos Humanos, senadora Regina Sousa, do PT do Piauí. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

Ao vivo
00:0000:00