Possível saída do Brasil do Mercosul é criticada por Collor
O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Fernando Collor (PTC-AL), criticou a declaração da futura ministra da Agricultura. Teresa Cristina afirmou que o Brasil deveria deixar o Mercosul caso as condições continuem desvantajosas. Fernando Collor esclareceu que o Brasil teve um superávit de US$ 87,6 bilhões em dez anos com o bloco. Foi um resultado maior do que com a China, atualmente o principal parceiro comercial do país.
Transcrição
LOC: O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES CRITICOU DECLARAÇÃO DA FUTURA MINISTRA DA AGRICULTURA DE QUE BRASIL DEVERIA SAIR DO MERCOSUL.
LOC: ESSE FOI UM DOS ASSUNTOS ANALISADOS NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES NESTA QUARTA-FEIRA. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
(Repórter) O Brasil teve um superávit comercial no Mercosul durante os últimos dez anos de quase 88 bilhões de dólares. Foi mais alto do que o superávit com a China na última década. Mesmo sendo os chineses os principais parceiros comerciais do Brasil atualmente. Também foi quase quatro vezes maior do que o superávit comercial com a União Europeia. Com os Estados Unidos, o Brasil teve um déficit bilionário no mesmo período, que só começou a ser revertido nos últimos anos. Um dos motivos para o extraordinário resultado comercial no Mercosul é o chamado Regime Especial Tarifário, que termina em 2023 e garante tarifa zero no comércio intrabloco. Ainda que esse regime tenha uma série de produtos como automóveis, que não entram na regra geral. Por conta desses resultados, o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Fernando Collor, do PTC de Alagoas, criticou a declaração da futura ministra da Agricultura. Teresa Cristina afirmou que o Brasil deveria deixar o bloco caso as condições continuem desvantajosas.
(Fernando Collor) Bom, se superávit de 87,6 bilhões em dez anos for desvantajoso para o Brasil, eu acho que o vernáculo tem que ser modificado.
(Repórter) Fernando Collor também enfatizou outros benefícios do Mercosul para o Brasil.
(Fernando Collor) Cria oportunidade de negócios para nossas empresas, amplia o universo de fornecedores dos nossos órgãos públicos e reduz custos para o governo.
(Repórter) Durante a reunião, a Comissão de Relações Exteriores também aprovou a indicação do diplomata Fábio Guimarães Franco como futuro embaixador do Brasil na Guiné-Bissau e de José Augusto de Andrade Filho, como embaixador na Namíbia. Da Rádio Senado, Floriano Filho.
MSF 78/2018, MSF 81/2018