Collor afirma que isolacionismo e políticas nacionalistas seriam ariscadas para o Brasil — Rádio Senado
CRE

Collor afirma que isolacionismo e políticas nacionalistas seriam ariscadas para o Brasil

Durante reunião da Comissão de Relações Exteriores, senadores demonstraram preocupação com a possibilidade de adoção de uma estratégia de política externa isolacionista a partir de janeiro, quando assume o novo governo brasileiro. Um dos exemplos mencionados pelo presidente do colegiado, senador Fernando Collor (PTC-AL), é a promessa de mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. As relações com o Mercosul, com Cuba e com a Venezuela também foram questionadas pelos senadores. A reportagem é de Floriano Filho, da Rádio Senado.

07/12/2018, 13h14 - ATUALIZADO EM 07/12/2018, 13h14
Duração de áudio: 02:10
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES AFIRMOU QUE UMA POLÍTICA EXTERNA ISOLACIONISTA DO PRÓXIMO GOVERNO SERIA ARRISCADA. LOC: OS SENADORES TAMBÉM QUESTIONARAM UM POSSÍVEL ALINHAMENTO AUTOMÁTICO COM OS ESTADOS UNIDOS E AS FUTURAS RELAÇÕES COM OUTROS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA. REPÓRTER FLORIANO FILHO. (Repórter) Tradicionalmente a estratégia da política externa brasileira é não se alinhar automaticamente com a atuação internacional de outros países. Sobretudo a dos Estados Unidos. A opção pelo multilateralismo foi tomada para também evitar atritos desnecessários dentro e fora da América Latina. Nos últimos 50 anos, o Brasil vem seguindo as leis internacionais, de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da Assembleia Geral da ONU. Durante reunião da Comissão de Relações Exteriores, senadores demonstraram preocupação com a possibilidade de alteração dessa estratégia a partir de janeiro, quando assume o novo governo brasileiro. Um dos exemplos mencionados pelo presidente do colegiado, senador Fernando Collor, do PTC de Alagoas, é a promessa de mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. (Fernando Collor) Isso contraria frontalmente todas as resoluções e deliberações, no âmbito das Nações Unidas, que nós propugnamos, que o Brasil apoiou, que o Brasil vem defendendo ao longo desses anos todos, que diz e que determina que essa é uma questão que deve ser resolvida entre as partes. (Repórter) Os senadores também questionaram declarações em relação à China e ao acordo com a Rússia para mísseis de longo alcance. O senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, protestou contra o que chamou de alinhamento automático com os Estados Unidos. (Lindbergh Farias) Quando eu falo do alinhamento automático com os Estados Unidos, (...) a gente viu o encontro da China com os Estados Unidos, uma redefinição da sua pauta, porque os Estados Unidos mudaram há dois, três anos a sua política de segurança. Em vez de guerra ao terror, a questão central passou a ser a política comercial e essa competição que existe com a China. (Repórter) As relações com o Mercosul, com Cuba e com a Venezuela também foram questionadas pelos senadores.

Ao vivo
00:0000:00