Ministro denuncia governos anteriores por política externa 'ideológica' — Rádio Senado
Relações Exteriores

Ministro denuncia governos anteriores por política externa 'ideológica'

O chanceler Ernesto Araújo apresentou, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), um breve balanço dos primeiros três meses de governo. Segundo Ernesto de Araújo, cresceu o isolacionismo nos governos Dilma e Temer, e o Brasil passou apenas a acompanhar passivamente os eventos internacionais. O ministro disse ainda que o pragmatismo ideológico de governos anteriores, além de não gerar resultados comerciais, provocou uma gigantesca desindustrialização no Brasil. Para o senador Jaques Wagner (PT-BA), a atual política externa brasileira é subalterna.

04/04/2019, 15h37 - ATUALIZADO EM 05/04/2019, 18h48
Duração de áudio: 03:11
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realiza audiência pública com o ministro de Estado das Relações Exteriores para discutir os rumos da política externa brasileira em momento de transição no âmbito da pasta das relações exteriores. 

À mesa, em pronunciamento, ministro de Estado das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: CHANCELER DIZ QUE GOVERNOS ANTERIORES DESINDUSTRIALIZARAM O BRASIL E NÃO TROUXERAM BENEFÍCIOS COMERCIAIS OU ECONÔMICOS. LOC: ERNESTO ARAÚJO PARTICIPOU DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO. A REPORTAGEM É DE FLORIANO FILHO. TÉC: O chanceler Ernesto Araújo fez na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional um breve balanço dos primeiros três meses de governo. O diplomata disse que uma das preocupações iniciais da nova política externa foi recuperar a imagem brasileira no exterior. Ele afirmou que cresceu o isolacionismo nos governos Dilma e Temer e que o Brasil passou apenas a acompanhar passivamente os eventos internacionais. Araújo defendeu uma política externa orientada pela identidade genuinamente brasileira, com abertura econômica e aposta na ciência e tecnologia. Por isso, o novo governo vem buscando parcerias com países como Estados Unidos, Chile e Israel, mas sem, segundo ele, perder a autonomia e a independência das ideias no engajamento com outros países. O embaixador afirmou que o pragmatismo ideológico de governos anteriores, além de não gerar resultados comerciais, provocou uma gigantesca desindustrialização no Brasil. E ainda, não soube colocar o Brasil nas cadeias globais de valor, desperdiçando várias oportunidades nos mercados internacionais. (Ernesto): “Um estranho desenvolvimentismo que não desenvolveu. Um desenvolvimentismo que fechou fábricas e que não construiu infraestrutura, apesar das centenas de bilhões de dólares que entraram com o boom das commodities. (Rep): O senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, acusou a atual política externa brasileira de subalterna. Deu como exemplo a busca de parcerias com os Estados Unidos ou União Europeia, quando esses mercados continuam fechando portas a produtos brasileiros, como as carnes. Ele disse que o governo está comprando brigas inúteis com países árabes, o que também prejudica os resultados comerciais e os interesses sociais no Brasil. (Jaques): Até onde eu entendo, os maiores interesses do povo brasileiro são sair da pobreza, emprego, desenvolvimento e prosperidade. (Rep): O ministro das Relações Exteriores discordou, explicando que as melhores parcerias comerciais são as duradouras e construídas em bases sólidas. Araújo defendeu a transformação do Mercosul em uma plataforma para também lutar pela democracia e pela liberdade. E disse que o novo governo brasileiro passou a incomodar países que optaram por regimes que segundo ele destroem a si mesmos. (Ernesto): O Brasil hoje incomoda e atrapalha por exemplo o processo de destruição da Venezuela pelo regime Maduro. (Rep): O chanceler também defendeu o maior engajamento em instituições multilaterais como a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, OCDE, e a Organização Mundial do Comércio. Da Rádio Senado, Floriano Filho.

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