CDH vai intermediar diálogo entre indústria naval no RS e o presidente da República — Rádio Senado
Audiência pública

CDH vai intermediar diálogo entre indústria naval no RS e o presidente da República

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) vai intermediar o diálogo entre a indústria naval no Rio Grande do Sul e o presidente da República, Michel Temer. Representantes do setor alertam que o fim dos investimentos da Petrobras no estado está provocando desemprego e crise econômica na região.

O senador Paulo Paim (PT – RS), vice-presidente da CDH, disse que é preciso saber quem tem apoiado as decisões da Petrobras.

15/05/2017, 14h04 - ATUALIZADO EM 15/05/2017, 14h49
Duração de áudio: 02:32
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para tratar sobre "A situação dos Polos Navais do Brasil, especialmente do Estado do Rio Grande do Sul".

Mesa:
auditora Fiscal do Trabalho, lotada na Coordenação-Geral de Fiscalização do Trabalho, representante do Ministério do Trabalho, Alline Bessa de Meneses;
vereador do Rio Grande (RS), Benito de Oliveira Gonçalves;
prefeito do Rio Grande (RS), Alexandre Lindenmeyer;
vice-presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
procuradora do Trabalho da 4ª Região - Ministério Público do Trabalho, Fernanda Dutra;
representante da Universidade Federal do Rio Grande-RS (FURG),  professor Marcelo Vinicius De La Rocha Domingues.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO VAI INTERMEDIAR O DIÁLOGO ENTRE A INDÚSTRIA NAVAL NO RIO GRANDE DO SUL E O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. LOC: REPRESENTANTES DO SETOR ALERTAM QUE O FIM DOS INVESTIMENTOS DA PETROBRAS NO ESTADO ESTÁ PROVOCANDO DESEMPREGO E CRISE ECONÔMICA NA REGIÃO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. (Repórter) Em abril deste ano, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a estatal deve descontinuar a construção de plataformas no polo naval de Rio Grande, cidade que fica na parte sul do Rio Grande do Sul. O prefeito do município, Alexandre Lindenmeyer, alertou que os mais de 40 mil empregos diretos ligados à atividade caíram, em pouco tempo, para menos de 3 mil, criando uma grave crise econômica e com reflexos sociais, como aumento na criminalidade. Ele pediu apoio do Senado para fazer um apelo ao presidente Michel Temer para intervir na situação. (Alexandre Lindenmeyer) A nossa expectativa é que o presidente da República, ele assuma seu papel enquanto pessoa que faz a indicação do nome do presidente da Petrobras e demande uma visão de que não seja se consternação em relação às populações impactadas. (Repórter) As demissões no Polo Naval aumentaram depois de denúncias de que parte das verbas investidas na região financiaram um esquema de corrupção, descoberto pela Operação Lava Jato. Benito Gonçalves, presidente do sindicato dos metalúrgicos de Rio Grande, disse que quem está pagando pelos desvios são os trabalhadores. E criticou ainda mudanças nas regras de produção com conteúdo nacional. (Benito Gonçalves) Antigamente nós tínhamos 70% de conteúdo local. Salvava o País. E agora foi decretado 20% de conteúdo local. Ele pode ganhar hoje uma plataforma de 1 bilhão de dólares, mandar fazer na China e comprar só parafuso aqui no Brasil. Está cumprindo a meta dos 20% e não empregar uma pessoa aqui. A P55, que eles dizem que o único atraso que temos na P55, foi porque 30% das vigas e dos nós que foram feitos na China tiveram que ser lixados, porque tinha Durepoxi no lugar da solda. (Repórter) Margarete Gandini, do Ministério do Desenvolvimento, disse que as mudanças foram feitas para representar um índice mais realista, já que antes as empresas pediam a dispensa da obrigação de usar conteúdo local. O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, disse que é preciso dialogar com todos os setores do governo para avaliar quem tem apoiado as decisões da Petrobras. (Paulo Paim) Praticamente todos os que falaram pelo governo mostram as suas preocupações, tudo pode ser sucateado se não houver estímulo da Petrobras, políticas de conteúdo local. Aí me pergunto, será quem dentro do governo que está boicotando? Porque não pode o presidente da Petrobras somente ele ter tanto poder assim. Será que é o Ministério de Minas e Energia? Se é, vamos convocá-lo na próxima. Será que é a Casa Civil? Vamos convocá-lo na próxima se assim for necessário. (Repórter) Parente enviou uma mensagem à comissão dizendo que não mandou representantes porque queria vir pessoalmente falar sobre esse tema. Paim disse que vai aguardar o contato para marcar a data de uma nova audiência.

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