CDH vai debater alto índice de assassinatos de jovens negros no Brasil — Rádio Senado
Audiência pública

CDH vai debater alto índice de assassinatos de jovens negros no Brasil

Foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) o pedido da senadora Regina Sousa (PT-PI) para a realização de uma audiência pública sobre o alto índice de assassinato de jovens negros no Brasil. O debate é motivado pelo Manifesto “Jovem Negro Vivo”, da Anistia Internacional, assinado por 63.132 pessoas e entregue à CDH.

21/11/2018, 14h52 - ATUALIZADO EM 21/11/2018, 15h32
Duração de áudio: 02:08
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: O ALTO ÍNDICE DE ASSASSINATOS DE JOVENS NEGROS NO BRASIL SERÁ TEMA DE AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. LOC: MAIS DE 63 MIL PESSOAS ASSINARAM O MANIFESTO “JOVEM NEGRO VIVO”, DA ANISTIA INTERNACIONAL, QUE MOTIVOU O DEBATE. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ. (Repórter) 30 mil jovens são mortos por ano no Brasil e 77% deles são negros. A campanha “Jovem Negro Vivo”, da organização Anistia Internacional, chama a atenção para essas e outras estatísticas da violência no Brasil, país que bateu recorde de assassinatos em 2016, com mais de 62 mil homicídios. O abaixo-assinado da campanha recebeu 63.132 assinaturas e foi entregue à Comissão de Direitos Humanos do Senado. O documento motivou o pedido da presidente do colegiado, senadora Regina Sousa, do PT do Piauí, para a realização de uma audiência pública para debater o problema e apontar soluções, inclusive no que diz respeito ao financiamento de ações de segurança pública: (Regina Sousa) Que se debata a fundo esse assunto que vai subsidiar os projetos que já estão andando, inclusive o Plano Nacional de Segurança Pública que, por enquanto, é só um papel porque, se não se cria um Fundo Nacional de Segurança, nada dessas coisas que são ditas aí vão acontecer. (Repórter) O debate, ainda sem data definida, deverá contar com representantes da Anistia Internacional, do Fundo das Nações Unidas pela Infância, Unicef; da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Unesco; e de outras entidades ligadas tanto à temática dos Direitos Humanos quanto da Segurança Pública. Regina Sousa também quer convidar movimentos que dão voz às pessoas diretamente impactadas pela violência, como o “Mães de maio”, formado por mães de jovens mortos durante uma onda de assassinatos em São Paulo, no ano de 2006: (Regina Sousa) As mães de maio têm de ser incluídas, que estão lá na Praça da Sé, reclamando o corpo de seus filhos negros, desaparecidos numa chacina, mortos numa chacina, mas que não têm corpo. (Repórter) Em março, o Senado aprovou o Plano Nacional de Enfrentamento ao Homicídio de Jovens, uma das propostas que tiveram origem no trabalho da CPI que investigou o assunto entre os anos de 2015 e 2016. O projeto está pronto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados. RDH 165/2018 PLS 240/2016

Ao vivo
00:0000:00