CDH inaugura trabalhos legislativos deste ano com o Prêmio Nobel da Paz de 2014, Kailash Satyarthi — Rádio Senado
Comissões

CDH inaugura trabalhos legislativos deste ano com o Prêmio Nobel da Paz de 2014, Kailash Satyarthi

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) inaugurou os trabalhos legislativos deste ano com um convidado especial: o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2014, Kailash Satyarthi, que participou nesta terça-feira de audiência pública sobre trabalho escravo.

O objetivo da CDH é impedir a votação, já agendada para o Plenário, de projeto que altera a Lei de Trabalho Escravo no país. Senadores da Comissão querem que o texto passe por diferentes comissões da casa.  Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim (PT-RS), o projeto de lei em pauta no Plenário é um retrocesso.

02/02/2016, 12h47 - ATUALIZADO EM 02/02/2016, 13h39
Duração de áudio: 02:23
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa Audiência Pública (CDH) realiza audiência pública interativa para debater sobre: “O mundo do trabalho: desemprego, aposentadoria e discriminação”, com foco no trabalho escravo.

Em pronunciamento, um dos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz de 2014,  Kailash Saty. À direita, presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS).

Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França / Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO INAUGUROU OS TRABALHOS LEGISLATIVOS DESTE ANO COM UM CONVIDADO ESPECIAL: O VENCEDOR DO PRÊMIO NOBEL DA PAZ DE 2014, KAILASH SATYARTHI. LOC: ELE PARTICIPOU NESTA TERÇA-FEIRA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE TRABALHO ESCRAVO. O OBJETIVO DA COMISSÃO É IMPEDIR A VOTAÇÃO, JÁ AGENDADA PARA O PLENÁRIO, DE PROJETO QUE ALTERA A LEI DE TRABALHO ESCRAVO NO PAÍS. REPÓRTER NARA FERREIRA. TÉC: O indiano Kailash Satyarthi liderou um movimento na India que libertou mais de 80 mil crianças de diversas formas de escravidão, o que rendeu a ele o prêmio Nobel da Paz em 2014. Ao participar da audiência no Senado, ele contou casos de resgate de escravos, especialmente crianças, que o marcaram profundamente e mostraram a necessidade de empenho da sociedade para por fim à exploração de pessoas: a busca da liberdade pelos seres humanos é o alimento da história.O trabalho infantil e o trabalho forçado, são a fonte de trabalho mais baratas que existem. Sabemos que sempre há interesses econômicos velados nessas situações e que querem que essa situação continue, mas vemos também progresso e compromisso político. (REP) O presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, disse que o projeto de lei em pauta no Plenário, que altera a lei de trabalho escravo no país é um retrocesso. Senadores da Comissão querem que o texto passe por diferentes comissões da casa. (PAIM): Apresentamos uma solicitação junto ao presidente Renan Calheiros e para que esse tema fosse debatido, inclusive, depois das comissões, numa comissão geral no plenário do senado. A nossa posição é essa, o trabalho escravo a gente não regulamenta, a gente proíbe. (REP) O senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, destacou que o Brasil tem uma das melhores leis do mundo sobre trabalho escravo, mas, para ele, a lei está ameaçada pelo projeto de lei que visa retirar da definição de trabalho escravo a condição de degradante e jornada exaustiva. (Cristovam) Não podemos deixar que o país que foi o último a abolir a escravidão no mundo ocidental provoque agora, 128 anos depois, um retrocesso, naquilo que é considerado modernamente como trabalho escravo. (REP) A Organização Internacional do Trabalho estima que 21 milhões de pessoas são submetidas ao trabalho escravo hoje, e que os lucros extraídos à custa da escravidão chegam a 150 bilhões de dólares por ano. Se fosse considerado uma atividade econômica, o trabalho escravo seria a terceira mais rentável do mundo, atrás apenas da exploração sexual e do trafico de armas. Da Rádio Senado, Nara Ferreira. LOC: TAMBÉM PARTICIPARAM DA AUDIÊNCA O MINISTRO DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, LÉLIO BENTES CORRÊA E O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE JUÍZES DO TRABALHO, HUGO CAVALCANTI MELO FILHO, QUE É MEMBRO DO FÓRUM NACIONAL DO JUDICIÁRIO DE COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO E AO TRÁFICO DE PESSOAS.

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