CDH debate reforma da Previdência e capitalização — Rádio Senado
Audiência pública

CDH debate reforma da Previdência e capitalização

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) debateu em audiência pública a reforma da Previdência (PEC 6/2019) sob o enfoque da Capitalização. Segundo o representante do governo, Leonardo Guimarães, o sistema proposto mescla capitalização, repartição e solidariedade e distribui renda aos mais pobres. Mas o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), considera a capitalização “o inimigo número um do povo brasileiro”. Outra audiência vai aprofundar o tema. Reportagem, Iara Farias Borges, da Rádio Senado. Ouça o áudio com mais informações.

 

20/05/2019, 14h16 - ATUALIZADO EM 20/05/2019, 14h34
Duração de áudio: 02:35
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: REPRESENTANTE DO GOVERNO AFIRMA NA CDH QUE A REFORMA DA PREVIDÊNCIA VAI DISTRIBUIR RENDA PARA OS MAIS POBRES E DEIXAR DE SUBSIDIAR OS MAIS RICOS. LOC: MAS ESPECIALISTAS CONSIDERAM UM ERRO O SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO PREVISTO NAS NOVAS REGRAS DE APOSENTADORIA. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. (Repórter) Com base em estudos feitos em países da América Latina e da Europa, o pesquisador do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Milko Mati jascic, afirmou que onde a economia é frágil e as condições de trabalho, precárias, o sistema de capitalização não funciona. A Reforma da Previdência prevê que o aposentado receberá o que contribuiu ao longo dos anos. (Milko Mati jascic) “O que mostra a experiência internacional? É que os resultados foram muito ruins. Porque foram aplicados modelos hipotéticos em situações nada adaptadas a esses modelos hipotéticos. No Brasil, um em cada cindo trabalhadores consegue contribuir de forma regular, mas não é o caso, por exemplo, dos nossos camelôs, e é essa população que temos que atender”. (Repórter) O economista do Dieese, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos, Juliano Musse, alertou que o Estado precisará socorrer as pessoas porque a informalidade no Brasil é grande. (Juliano Musse) “O Brasil é um país em que muitos não irão conseguir, senador, guardar recursos em forma de poupança, isso é fato. O que está reservado a essas pessoas? Um BPC? 400 reais? Isso é um erro grave! Todos esses países que experimentaram a capitalização tiveram o socorro do Estado em algum momento”. (Repórter) Ao ressaltar que a Reforma da Previdência proposta se baseia em modelos que deram certo, o representante do Governo, Leonardo Guimarães, explicou que o sistema sugerido mescla capitalização, repartição e solidariedade. (Leonardo Guimarães) “A grande diferença é que hoje a gente subsidia todo mundo. O nosso sistema Previdenciário, sim, transfere renda para pobre, sim, tira muita gente da pobreza. Mas ele transfere muita mais renda para aqueles que estão entre os 10% mais ricos. Neste sistema de capitalização proposto isso não vai mais acontecer. Vai continuar distribuindo renda para os mais pobres, mas não vai mais distribuir renda para os mais ricos”. (Repórter) Outra audiência vai aprofundar o debate sobre capitalização, informou o presidente da CDH, senador Paulo Paim, do PT gaúcho. (Paim, 24”): “Quero reafirmar que vamos chamar outro debate sobre a capitalização. Eu considero a capitalização o inimigo número um do povo brasileiro, hoje. Da forma como foi colocado aí, eu não tenho nenhuma dúvida”. (Repórter) Por sugestão do representante do governo, para o próximo debate serão convidados representantes de países que adotaram a capitalização em seu sistema previdenciário.

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