CDH debate queixa do ex-presidente Lula ao comitê de direitos humanos da ONU — Rádio Senado
Audiência pública

CDH debate queixa do ex-presidente Lula ao comitê de direitos humanos da ONU

A queixa apresentada pela defesa do ex-presidente Lula ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas foi tema central em um debate na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). Os participantes da audiência defenderam o direito ao julgamento imparcial e criticaram alguns procedimentos da Operação Lava Jato. A senadora Gleisi Hoffmann (PT – PR) defendeu investigação parlamentar sobre o que classificou como “abusos da Lava Jato” e criticou a postura do Judiciário que permite o tratamento diferenciado, de acordo com a origem e a cor do cidadão.

30/08/2017, 14h42 - ATUALIZADO EM 30/08/2017, 15h24
Duração de áudio: 02:16
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: A QUEIXA APRESENTADA PELA DEFESA DO EX-PRESIDENTE LULA AO COMITÊ DE DIREITOS HUMANOS DAS NAÇÕES UNIDAS FOI TEMA CENTRAL EM UM DEBATE NA CDH. LOC: OS PARTICIPANTES DA AUDIÊNCIA DEFENDERAM O DIREITO AO JULGAMENTO IMPARCIAL E CRITICARAM ALGUNS PROCEDIMENTOS DA OPERAÇÃO LAVA-JATO, COMO INFORMA A REPÓRTER MARCELA DINIZ: (Repórter) O advogado australiano, Geoffrey Robertson, atua na defesa dos Direitos Humanos e das liberdades civis e representa o ex-presidente Lula na queixa apresentada por ele ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. Na queixa, a defesa alega que o julgamento do ex-presidente pelo juiz Sérgio Moro tem desrespeitado garantias fundamentais do Estado Democrático. Na audiência da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Robertson disse que todo cidadão merece um julgamento imparcial e questionou o uso que tem sido feito, na operação Lava-Jato, das prisões preventivas. Para o advogado, que aqui aparece com tradução simultânea, há um alargamento proposital do período de detenção para que os investigados, pressionados psicologicamente, fechem acordos de delação premiada: (Geoffrey Robertson) Muitas vezes, acontecem delações premiadas questionáveis. Essas delações também acontecem com uma grande redução das sentenças, as pessoas recebem apenas uma fração da sentença que deveriam receber. (Repórter) Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, defendeu investigação parlamentar sobre o que classificou como “abusos da Lava-Jato” e criticou a postura do Judiciário que permite o tratamento diferenciado, de acordo com a origem e a cor do cidadão: (Gleisi Hoffmann) O filho de uma desembargadora que foi pego com quilos de droga dentro da carro não ficou preso nem uma hora, foi solta. Nós temos um outro rapaz que participou das manifestações de 2013, e foi pego com dois vidros de desinfetantes ele está preso a te agora. A diferença é que ele é negro e pobre. (Repórter) O representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, Carlos Moura, falou sobre a diferença de tratamento dada pela polícia brasileira para cidadãos pobres e negros e sugeriu que o advogado de direitos humanos, Geoffrey Robertson, se debruce sobre o instituto do “auto de resistência”, registro policial que tem sido usado para justificar execuções sumárias, sob a alegação de que houve resistência à prisão por parte da vítima.

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