CDH debate possibilidade de privatização dos Correios — Rádio Senado
Audiência pública

CDH debate possibilidade de privatização dos Correios

A possibilidade de privatização dos Correios foi tema de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). A senadora Zenaide Maia (PROS-RN) disse ser contra a proposta. Na avaliação dela, a estratégia de criticar uma instituição para depois vendê-la tem sido cada vez mais comum. Ouça mais detalhes no áudio da repórter da Rádio Senado, Lívia Torres.

08/08/2019, 17h34 - ATUALIZADO EM 09/08/2019, 10h40
Duração de áudio: 02:07
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para tratar sobre "Previdência e Trabalho", com foco na intenção de privatização dos Correios. Entre os convidados estão representantes dos ministérios da Economia e da Ciência e Tecnologia (MCTIC) e dos trabalhadores dos Correios.

Mesa:
diretor previdenciário da Federação dos Aposentados, Aposentáveis e Pensionistas dos Correios e Telégrafos (Faaco), Ademir Antônio Loureiro;
diretor da Secretaria de Desestatização e Desinvestimento e Mercado do Ministério da Economia, Henrique Dolabella;
assessor especial da presidência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Aurelio Maduro de Abreu;
presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
vice-presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap), Marcos César Alves Silva;
secretário geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva;
presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect), José Aparecido Gimenes Gandara.

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
LOC: A PROPOSTA DE PRIVATIZAR OS CORREIOS FOI DEBATIDA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO LOC: PARA A SENADORA ZENAIDE MAIA, A ESTRATÉGIA DE CRITICAR UMA INSTITUIÇÃO PARA DEPOIS VENDE-LA TEM SIDO CADA VEZ MAIS COMUM. O REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA DEFENDEU QUE OS RECURSOS PÚBLICOS DEVEM SER DIRECIONADOS PARA ÁREAS BÁSICAS. REPÓRTER LÍVIA TORRES: (Repórter) A privatização de estatais, como os Correios, está na pauta defendida pelo governo Jair Bolsonaro. A ideia foi debatida pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, no ciclo sobre Previdência e Trabalho. Representante dos sindicatos dos trabalhadores dos Correios, José Gandara afirmou que a empresa está se recuperando financeiramente, o que pode estar provocando interesses externos: (José Gandara) “A gente tá falando aqui é o seguinte, ela está saindo daquele histórico de caixa negativo. Tem alguns interesses, que não são do Brasil, nem da população brasileira, nem dos Correios. São interesses daquelas pessoas que vem para explorar o nosso povo mais uma vez, porque toda receita das empresas que compra aqui, as multinacionais, elas levam embora o nosso capital” (Repórter) Segundo Henrique Dolabella, diretor da Secretária de Desestatização do Ministério da Economia, o dinheiro arrecadado pelo Estado deve ser direcionado para necessidades básicas da população, como saúde, segurança e educação: (Henrique Dolabella) “As desestatizações desses investimentos, elas são fundamentais para que a gente possa possibilitar a locação adequado desse recurso público que é escasso e que é custoso. Então, a gente precisa gastar adequadamente esse dinheiro. E a visão do ministério é que hoje esse orçamento deve ser priorizado, canalizado para aquelas atividades que o Estado de forma nenhuma pode ser substituído” (Repórter) A senadora Zenaide Maia, do Pros do Rio Grande do Norte, criticou a possível privatização. Para ela, sem recursos públicos, o país terá dificuldades para enfrentar a crise econômica: (Zenaide Maia) “Essa desestatização e desinvestimento, isso já foi usado com outro nome na própria inquisição. Desmerecer a instituição, depois vender. Eu não acredito e não tem na história do mundo um pais que tenha saído de uma crise sem o investimento, do grande investidor, que se chama o Estado.” (Repórter) O pedido de audiência pública foi feito pelo senador Paulo Paim, do PT gaúcho.

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