CDH debate fechamento de agências dos Correios e demissão de funcionários — Rádio Senado
Audiência pública

CDH debate fechamento de agências dos Correios e demissão de funcionários

Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), o presidente dos Correios, Carlos Fortner, admitiu estudos ainda em andamento que apontam o fechamento de quase 500 agências no Brasil. Fortner explicou que a maioria dos atuais 12.700 pontos de atendimento opera em prejuízo e, muitas vezes, as agências estão próximas umas das outras. O novo modelo deve fortalecer as lojas franqueadas e contar com quiosques, unidades móveis e aplicativos na internet. Segundo Fortner, o objetivo é melhorar o serviço e tornar a empresa mais ágil e competitiva. Já os sindicalistas ligados à empresa temem que as medidas buscam facilitar a privatização da empresa e a demissão de até 5.300 funcionários nos próximos anos. Para o senador Paulo Paim (PT – RS)l, o governo deve levar em conta o aspecto social dos Correios e anunciou a criação de uma comissão formada por trabalhadores e dirigentes para acompanhar a situação da empresa. O presidente dos Correios ainda se manifestou contra a privatização da empresa e se comprometeu a não demitir funcionários neste ano.

17/05/2018, 12h52 - ATUALIZADO EM 17/05/2018, 13h09
Duração de áudio: 02:24
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para discutir fechamento de agências dos Correios e demissão de funcionários.

Mesa:
presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT ), Carlos Roberto Fortner;
vice-presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DEBATEU NESTA QUINTA-FEIRA O PLANO DE FECHAMENTO DE QUASE 500 AGÊNCIAS DOS CORREIOS NO BRASIL. LOC: A EMPRESA ARGUMENTA QUE O OBJETIVO É SE MODERNIZAR E MELHORAR O ATENDIMENTO. JÁ OS SINDICALISTAS E PARLAMENTARES TEMEM A PRIVATIZAÇÃO E A DEMISSÃO DE MAIS DE 5 MIL FUNCIONÁRIOS NOS PRÓXIMOS ANOS. REPÓRTER GEORGE CARDIM. (Repórter) O presidente dos Correios, Carlos Fortner, admitiu estudos ainda em andamento que apontam o fechamento de quase 500 agências no Brasil. Fortner explicou que a maioria dos atuais 12.700 pontos de atendimento opera em prejuízo e, muitas vezes, as agências estão próximas umas das outras. O novo modelo deve fortalecer as lojas franqueadas e contar com quiosques, unidades móveis e aplicativos na internet. Segundo o executivo, o objetivo é melhorar o serviço e tornar a empresa mais ágil e competitiva. (Carlos Fortner) “A empresa precisa se reinventar de dentro pra fora para ter uma mentalidade de atendimento ao cliente, relação com o cliente, se não, logicamente o cliente pode escolher outros concorrentes. No Brasil, a gente briga com cerca de 200 ou milhares , se a gente considerar o motoboy da esquina que faz o serviço de motofrete” se não. (Repórter) Já os sindicalistas ligados aos Correios temem que as medidas facilitem a privatização da empresa e a demissão de até 5.300 funcionários nos próximos anos, como explicou o presidente do sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do DF, Jovam Sardinha. (Jovam Sardinha) “Hoje o que nós vemos aí é os trabalhadores aterrorizados, amedrontados, em pânico. Agora a insegurança se amanhã eu vou estar trabalhando, se amanhã vou estar empregado.” (Repórter) O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, disse que o governo deve levar em conta o aspecto social dos Correios, e anunciou a criação de uma comissão formada por trabalhadores e dirigentes para acompanhar a situação da empresa. (Paulo Paim) “Uma comissão provisória para continuar dialogando, acharem um caminho de mais entendimento. Oxalá que com esta comissão de acompanhamento, de discussão, que a gente contribua para que a empresa melhore a qualidade de atendimento e possa contratar mais funcionários inclusive” (Repórter) O presidente dos Correios ainda se manifestou contra a privatização da empresa e se comprometeu a não demitir funcionários neste ano.

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