CDH debate fechamento de agências dos Correios e demissão de funcionários
Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), o presidente dos Correios, Carlos Fortner, admitiu estudos ainda em andamento que apontam o fechamento de quase 500 agências no Brasil. Fortner explicou que a maioria dos atuais 12.700 pontos de atendimento opera em prejuízo e, muitas vezes, as agências estão próximas umas das outras. O novo modelo deve fortalecer as lojas franqueadas e contar com quiosques, unidades móveis e aplicativos na internet. Segundo Fortner, o objetivo é melhorar o serviço e tornar a empresa mais ágil e competitiva. Já os sindicalistas ligados à empresa temem que as medidas buscam facilitar a privatização da empresa e a demissão de até 5.300 funcionários nos próximos anos. Para o senador Paulo Paim (PT – RS)l, o governo deve levar em conta o aspecto social dos Correios e anunciou a criação de uma comissão formada por trabalhadores e dirigentes para acompanhar a situação da empresa. O presidente dos Correios ainda se manifestou contra a privatização da empresa e se comprometeu a não demitir funcionários neste ano.
Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DEBATEU NESTA QUINTA-FEIRA O PLANO DE FECHAMENTO DE QUASE 500 AGÊNCIAS DOS CORREIOS NO BRASIL.
LOC: A EMPRESA ARGUMENTA QUE O OBJETIVO É SE MODERNIZAR E MELHORAR O ATENDIMENTO. JÁ OS SINDICALISTAS E PARLAMENTARES TEMEM A PRIVATIZAÇÃO E A DEMISSÃO DE MAIS DE 5 MIL FUNCIONÁRIOS NOS PRÓXIMOS ANOS. REPÓRTER GEORGE CARDIM.
(Repórter) O presidente dos Correios, Carlos Fortner, admitiu estudos ainda em andamento que apontam o fechamento de quase 500 agências no Brasil. Fortner explicou que a maioria dos atuais 12.700 pontos de atendimento opera em prejuízo e, muitas vezes, as agências estão próximas umas das outras. O novo modelo deve fortalecer as lojas franqueadas e contar com quiosques, unidades móveis e aplicativos na internet. Segundo o executivo, o objetivo é melhorar o serviço e tornar a empresa mais ágil e competitiva.
(Carlos Fortner) “A empresa precisa se reinventar de dentro pra fora para ter uma mentalidade de atendimento ao cliente, relação com o cliente, se não, logicamente o cliente pode escolher outros concorrentes. No Brasil, a gente briga com cerca de 200 ou milhares , se a gente considerar o motoboy da esquina que faz o serviço de motofrete” se não.
(Repórter) Já os sindicalistas ligados aos Correios temem que as medidas facilitem a privatização da empresa e a demissão de até 5.300 funcionários nos próximos anos, como explicou o presidente do sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do DF, Jovam Sardinha.
(Jovam Sardinha) “Hoje o que nós vemos aí é os trabalhadores aterrorizados, amedrontados, em pânico. Agora a insegurança se amanhã eu vou estar trabalhando, se amanhã vou estar empregado.”
(Repórter) O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, disse que o governo deve levar em conta o aspecto social dos Correios, e anunciou a criação de uma comissão formada por trabalhadores e dirigentes para acompanhar a situação da empresa.
(Paulo Paim) “Uma comissão provisória para continuar dialogando, acharem um caminho de mais entendimento. Oxalá que com esta comissão de acompanhamento, de discussão, que a gente contribua para que a empresa melhore a qualidade de atendimento e possa contratar mais funcionários inclusive”
(Repórter) O presidente dos Correios ainda se manifestou contra a privatização da empresa e se comprometeu a não demitir funcionários neste ano.