CAE debate spreads bancários nesta terça-feira — Rádio Senado
Audiência pública

CAE debate spreads bancários nesta terça-feira

A Comissão de Assuntos Econômicos discutiu nesta terça-feira os spreads bancários, ou seja, os custos e margens da intermediação financeira. O senador Armando Monteiro (PTB-PE) disse que viu uma convergência entre os participantes da audiência pública: a baixa concorrência no mercado financeiro impede a queda nas taxas bancárias. A reportagem é de Bruno Lourenço, da Rádio Senado.

20/03/2018, 14h19 - ATUALIZADO EM 20/03/2018, 14h19
Duração de áudio: 02:58
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza audiência pública interativa destinada a debater "Inovação e Competição: Novos caminhos para redução dos spreads bancários". 

Mesa: 
presidente da Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), Augusto Lins; 
sócia da consultoria Olyver Wyman, Ana Carla Abrão; 
presidente da CAE, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE); 
presidente da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), Paulo Solmucci; 
representante da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Ênio Meinen; 
chefe de Inovação da Stone, Raphael Guarilha. 

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS DISCUTIU NESTA TERÇA-FEIRA OS SPREADS BANCÁRIOS, OU SEJA, OS CUSTOS E MARGENS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA. LOC: O REPÓRTER BRUNO LOURENÇO ACOMPANHOU A AUDIÊNCIA PÚBLICA E TEM AS INFORMAÇÕES. (Repórter) O spread bancário é a diferença entre o custo do dinheiro para o banco e quanto o consumidor paga na operação de crédito. A economista Ana Carla Abrão apontou três fatores como os principais responsáveis pelo valor elevado do spread no Brasil: a inadimplência, a dificuldade para cobrar as dívidas e o custo da informação. (Ana Carla Abrão) Esses três pontos qualquer avaliação do mercado internacional o Brasil está completamente fora dos padrões: a gente compartilha menos informação do que o resto do mundo, a gente dá menos poder ou força às garantias do que o resto do mundo e a gente em uma insegurança jurídica em relação ao contratos firmados que é muito maior do que o resto do mundo. (Repórter) O presidente da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços, Paulo Solmucci, por sua vez, apontou a baixa concorrência no mercado financeiro como o principal fator para as altas taxas bancárias. Ele sugeriu que o comércio pudesse oferecer as vendas de cartão de crédito que ainda vão cair na conta como garantia para fornecedores. Hoje, esses recebíveis só podem ser dados como garantia para bancos. O presidente da Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos, Augusto Lins, também reclamou da alta concentração no mercado financeiro e sugeriu medidas como a portabilidade do crédito. (Augusto Lins) Importante também assegurar a portabilidade. Se alguém dá uma condição de crédito mais atraente tem que ser fácil e simples de migrar - a indústria da telefonia facilitou muito essa portabilidade acho que é um bom exemplo. (Repórter) Já Ênio Meinem, da Organização das Cooperativas Brasileiras, falou que as cooperativas de crédito, que oferecem taxas bem menores que as instituições bancárias tradicionais, têm 9 milhões de associados no País. E a experiência internacional mostra um potencial enorme. (Já Ênio Meinem) Canadá 28 por cento da população é sócia, e finalmente Estados Unidos, um terço da população americana é sócia das chamadas credit unions, como são chamadas as cooperativas de crédito financeiras lá. Tô falando de 108 milhões de americanos. Só em 2016, 4 milhões e 200 mil americanos migraram de instituições bancárias para cooperativas de crédito. (Repórter) Armando Monteiro, senador do PTB de Pernambuco, disse enxergar pelo menos uma convergência entre todos os participantes da audiência pública. (Armando Monteiro) Todos aqui identificam que devemos estimular a competição. E aí eu acho que os bancos estão de certa forma condenados a entender que o ambiente vai mudando e eu lembro de uma frase de um estadista português que diz que a onde não chega a coragem das reformas espreita a violência das revoluções. (Repórter) Também participou da audiência pública o chefe de Inovação da Stone Pagamentos, Raphael Guarilha, que falou sobre as novidades nas finanças e tecnologia, como a moeda bitcoin.

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