CAE debate ajuste fiscal e fórmula para crescimento econômico
A Comissão de Assuntos Econômicos debateu a dívida pública. Representantes do Banco Central, TCU, Tesouro Nacional e IFI disseram que para a dívida cair é preciso fazer um ajuste fiscal. Já a auditoria-cidadã da dívida diz que basta baixar os juros e fazer os bancos emprestarem dinheiro para empresas e população. A reportagem é de Bruno Lourenço, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS DEBATEU A DÍVIDA PÚBLICA.
LOC: REPRESENTANTES DO BANCO CENTRAL, TCU, TESOURO NACIONAL E IFI DISSERAM QUE PARA A DÍVIDA CAIR É PRECISO FAZER UM AJUSTE FISCAL. JÁ A AUDITORIA-CIDADÃ DA DÍVIDA DIZ QUE BASTA BAIXAR OS JUROS E FAZER OS BANCOS EMPRESTAREM DINHEIRO PARA EMPRESAS E POPULAÇÃO. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO.
TÉC: A coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, diz que o Banco Central aumenta os juros sem justificativa, tem estoque de reservas internacionais além do necessário e abusa das chamadas operações compromissadas, que remunera em curto prazo os bancos. Segundo ela, não é cortando gastos que se diminui a dívida pública, mas crescendo.
(Fattorelli): A nossa proposta é parar de remunerar sobra de caixa dos bancos deixar o dinheiro no caixa dos bancos dos bancos terem que emprestar para economia para as empresas terem acesso a crédito para as empresas terem acesso a capital de giro para indústria parar de quebrar para o emprego voltar a Existir nesse país para o PIB voltar a crescer.
(Repórter): José Franco de Morais, do Tesouro Nacional, e Fernando Sampaio Rocha, do Banco Central retrucaram que os juros são consequência de uma política fiscal que inspire confiança. Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente, acrescentou que não existe solução mágica.
(Salto): Não basta dizer então, olha Banco Central, reduz a taxa de juros a zero, da noite para o dia, que de repente nós vamos começar a pagar 0% sobre os títulos emitidos. Isso automaticamente geraria o efeito oposto, primeiro que a inflação dispararia, segundo o banco central alguns dias depois teria que começar a aumentar o juros para conseguir que o tesouro financiar seu déficit.
(Repórter): O senador Vanderlan Cardoso, do PP de Goiás, que pediu a audiência pública, usou da experiência pessoal para questionar a forma como o País vem lidando com a dívida.
(Vanderlan): Por que nós não vamos buscar o estoque, como eu fiz quando eu tinha lá aquele pequeno Supermercado, fui lá vender o estoque e vim pagar as contas. Nunca mais a partir daquele dia, eu disse, nunca mais eu vou em cartório, nunca mais eu vou pagar juros. Se eu tiver dinheiro eu vou comprar à vista e a empresa, ela cresceu assustadoramente. O Brasil está sendo escravo desse juros.
(Repórter): Alessandro Aurélio Caldeira, do TCU, explicou que a dívida já foi alvo de várias auditorias. E que emissões para bancos oficiais, como o BNDES, a partir de 2009, e o aumento de custos do Estado, mesmo com a queda da atividade econômica a partir de 2012, provocaram a elevação substancial do endividamento público. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.