Satélite é saída para 30 milhões de domicílios sem internet, diz especialista — Rádio Senado
Audiência pública

Satélite é saída para 30 milhões de domicílios sem internet, diz especialista

Trinta milhões de domicílios brasileiros não possuem acesso à internet. O dado foi apresentado em audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado (CCT) que debateu a possibilidade de expansão do acesso à internet no interior do país, principalmente no Norte e no Nordeste. Segundo o senador Jean Paul Prates (PT-RN), muitas vezes, não há interesse econômico na interiorização da rede.  Segundo o senador Chico Rodrigues (DEM – RR), novas discussões sobre o assunto devem acontecer com a chegada do 5G e a necessidade de infraestrutura para esta tecnologia. As informações são do repórter da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

 

Veja a íntegra da audiência pública aqui.

25/09/2019, 13h57 - ATUALIZADO EM 25/09/2019, 17h28
Duração de áudio: 03:16
Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) realiza audiência pública para apresentação dos projetos Nordeste Conectado e Amazônia Integrada e Sustentável.

Mesa:
secretário de Telecomunicações do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Vitor Menezes;  
secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Júlio Francisco Semeghini Neto; 
presidente eventual da CCT, senador Chico Rodrigues (DEM-RR); 
diretor -geral da Rede Nacional de Pesquisa do RNP, Nelson Simões.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: O BRASIL TEM 30 MILHÕES DE DOMICÍLIOS SEM ACESSO À INTERNET. LOC: O DADO FOI REVELADO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA QUE DEBATEU A DISSEMINAÇÃO DA INTERNET NO NORTE E NORDESTE DO PAÍS. A REPORTAGEM É DE RODRIGO RESENDE: (Repórter) A Comissão de Ciência e Tecnologia debateu a expansão da internet no país, principalmente em cidades do interior do Norte e do Nordeste. Carlos Hetzel, jurista especialista na área de tecnologia, mostrou dados que revelam a disparidade da distribuição da tecnologia no Brasil: (Carlos - 25”): Nós temos 30 milhões de domicílios sem internet, é uma verdade acentuada. 45 % das escolas públicas tem banda larga, mas não passa de dois megas ... e isso visto com boa vontade. Se você botar um medidor, taxa de erro, deve dar 500 K. Só para vocês terem uma ideia, na Amazônia, 10 megas é vendido a 250 reais enquanto no sul maravilha é 49 reais. (Repórter) O secretário executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia, Júlio Semeghini, afirmou que uma das alternativas para a interiorização do sinal de internet é o uso de satélites: (Júlio Semeghini) O GESAC, a base dele, é o nosso satélite geoestacionário que serve pra comunicação e a gente tem utilizado onde a gente vai levar fibra ótica é uma estratégia, onde a gente vai chegar com rádio, mas principalmente nos pontos isolados, pra que a gente não espere toda essa infraestrutura, a prioridade do uso desse satélite GESAC tem sido dado exatamente no Norte e no Nordeste (Repórter) O representante do Conselho Nacional de Justiça, Luiz Antônio Mendes, destacou que a expansão da rede para cidades do Norte e do Nordeste pode colaborar em várias áreas, como é o caso do Poder Judiciário. (Luiz Antônio - 16”): Temos a primeira versão da nuvem computacional do poder judiciário promovida pelo CNJ, a JudCloud. Ela já está no ar. E temos enfatizado o chamado desenvolvimento colaborativo entre os tribunais, inclusive com uma plataforma de governança digital (Repórter) Nelson Simões, da Rede Nacional de Pesquisa, afirmou que a distribuição de conhecimento fica limitada pela tecnologia: ( Nelson Simões) E fazer com que isso possa até ser independente da localização no território. Um desafio tremendo. O Brasil ainda tem assimetria no território para permitir o uso avançado dessas aplicações (Repórter) O senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte, lembrou que a expansão da rede para lugares pouco populosos traz um dilema econômico: (Jean Paul) Então grande dilema disso: alguém tem que fazer o investimento inicial, abrir caminhos, no caso, normalmente pouca gente quer abrir caminhos em regiões que estão pouco populacionadas ou tem pequenos mercados. Mercados maiores aparecem sempre alguém. Quem faz esse investimento inicial, seja estado, seja alguém que se propõe a fazer isso por concessão ou autorização que algum tipo de preferência. No entanto, do outro lado, a sociedade peça que haja competição no serviço. (Repórter) O senador Chico Rodrigues, do Democratas de Roraima, destacou que novas discussões sobre o assunto devem acontecer com a chegada do 5G e a necessidade de infraestrutura para esta tecnologia: (Chico Rodrigues) Então nós estamos aguardando para o próximo ano, ansiosos, sobre o leilão e a inclusão do 5G. (Repórter) Dados de pesquisa de 2017 da União Internacional de Telecomunicações mostram que 52 por cento da população mundial ainda não têm acesso à internet.

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