Brasil comemora Dia da Caatinga e Senado analisa projetos para proteger o bioma — Rádio Senado
Meio Ambiente

Brasil comemora Dia da Caatinga e Senado analisa projetos para proteger o bioma

O Dia Nacional da Caatinga é celebrado neste sábado (28). O bioma exclusivamente brasileiro é rico em biodiversidade, mas é também um dos mais ameaçados. Para tentar reverter esse cenário, o Congresso Nacional analisa uma série de projetos que buscam preservar e promover o desenvolvimento da região. Uma proposta da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), já aprovada pelo Senado e encaminhada para a Câmara dos Deputados obriga o Fundo Nacional de Meio Ambiente a financiar com prioridade projetos de preservação na região (PLS 578/2015). No mesmo sentido, um projeto do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) cria uma política de desenvolvimento sustentável da caatinga, financiada com recursos do fundo constitucional do Nordeste, além de incentivos fiscais e linhas de crédito especiais para a região (PLS 222/2016). Outras duas propostas de emenda à Constituição em análise no Congresso Nacional incluem a Caatinga entre os biomas considerados como patrimônio nacional (PEC 51/2003 e PEC 05/2009).

27/04/2018, 10h40 - ATUALIZADO EM 27/04/2018, 11h16
Duração de áudio: 06:03
Ascom/Governo do Piauí

Transcrição
LOC: O BRASIL COMEMORA NESTE SÁBADO, 28 DE ABRIL, O DIA NACIONAL DA CAATINGA. LOC: O BIOMA EXCLUSIVAMENTE BRASILEIRO É RICO EM BIODIVERSIDADE MAS É TAMBÉM UM DOS MAIS AMEAÇADOS. PARA TENTAR REVERTER ESSE CENÁRIO, O CONGRESSO NACIONAL ANALISA UMA SÉRIE DE PROJETOS QUE BUSCAM PRESERVAR E PROMOVER O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO. REPÓRTER GEORGE CARDIM. Téc: “Por ser de lá, do sertão, lá do cerrado, lá do interior do mato, da caatinga do roçado, eu quase não saio...” (rep) A Caatinga, do tupi mata branca, é a casa do sapo cururu, da ararinha-azul, do urubu-rei, do mandacaru, do angico, do juazeiro.... e de uma grande diversidade de aves, mamíferos, abelhas e, principalmente, plantas, como explica a pesquisadora Luciana Rodrigues, do Programa de Meio Ambiente da Universidade Tiradentes, em Sergipe. (Luciana) “A caatinga é vida. Tem muita biodiversidade na Caatinga. Espécies que a gente só encontra na caatinga. E não mais em outro lugar. Então sumiu de lá, não existe mais em outro bioma. É extinção. Temos 932 espécies registradas, das quais 380 são endêmicas, ou seja, só estão presentes na caatinga” (Repórter) O bioma exclusivamente brasileiro atravessa os estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o norte de Minas Gerais. As riquezas naturais, os habitantes e as tradições do sertão, do cariri e do agreste também são fonte inesgotável de inspiração para poetas, músicos e escritores. Suas lutas, esperanças e beleza humana estão presentes nas obras de Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Luiz Gonzaga, Ariano Suassuna e muitos outros. Também foram cantadas nos versos de José Guimarães, Corumbá e Venâncio, com a voz de Fagner (BG Último pau de rara) “A vida aqui só é ruim, quando não chove no chão, mas se chover dá de tudo, fartura tem de montão, tomara que chova logo, tomara meu deus tomara, só deixo o meu Cariri, no último pau-de-arara, só deixo meu Cariri, no último pau-de-arara” (Repórter) No entanto, a Caatinga é um dos biomas menos estudados e mais ameaçados do Brasil, e o desmatamento já destruiu quase metade de sua cobertura original, como explicou o senador José Pimentel, do PT do Ceará. (Pimentel) “Assim, a caça, a captura de animais silvestres e as queimadas, entre outras atividades, vêm reduzindo de forma acelerada o seu hábitat. ademais, o desmatamento, o extrativismo, a agricultura, a pecuária, a mineração e a construção de barragens estão entre as principais atividades que causam danos à caatinga e que vêm acelerando o seu processo de degradação e desertificação” (Repórter) Para reverter esse cenário, o Congresso Nacional analisa uma série de projetos que buscam conciliar o desenvolvimento e a conservação da caatinga e diminuir os efeitos da seca. Uma proposta da senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia, já aprovada pelo Senado e encaminhada para a Câmara dos Deputados obriga o Fundo Nacional de Meio Ambiente a financiar com prioridade projetos de preservação na região. Lídice da Mata defendeu políticas permenentes voltadas para a preservação da caatinga, com programas de educação ambiental e de extensão florestal, pesquisas sobre novas tecnologias e projetos de recuperação de áreas degradadas e de proteção de animais em extinção. (Lídice) A necessidade de nós adotarmos uma nova política para a defesa do bioma da caatinga no Brasil, cabendo ao governo o apoio financeiro a agricultores que comercializam lenha para fomentar o reflorestamento; o estímulo a pesquisa para descoberta de novas técnicas de plantio sustentáveis; o zoneamento de boas espécies para o replantio, a criação de linhas de crédito para pequenos agricultores associadas a programas de assistência técnica, além, é claro, do incremento de ações de educação ambiental na região (Repórter) No mesmo sentido, um projeto do senador Garibaldi Alves Filho, do PMDB do Rio Grande do Norte, cria uma política de desenvolvimento sustentável da caatinga, financiada com recursos do fundo constitucional do Nordeste, além de incentivos fiscais e linhas de crédito especiais para a região. O senador Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco, disse que a iniciativa é importante para apoiar os 28 milhões de habitantes da Caatinga (Armando) “Além da fragilidade do bioma caatinga diante do processo de desertificação, o semiárido apresenta índices de desenvolvimento humano muito baixos se comparados à média nacional, o que evidencia tratar-se de uma região de elevada vulnerabilidade social. (Repórter) Outras duas propostas de emenda à Constituição em análise no Congresso Nacional incluem a Caatinga entre os biomas considerados como patrimônio nacional. BG (Asa Branca - Quando olhei a terra ardendo, qual fogueira de São João....) Pls 578/2015 Pls 222/2016 PECs 05/2003 e 05/2009

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