Aumento dos casos de feminicídio preocupa Comissão de Combate à Violência contra a Mulher — Rádio Senado
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Aumento dos casos de feminicídio preocupa Comissão de Combate à Violência contra a Mulher

Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher debateu em audiência pública o feminicídio e as possíveis causas do aumento de casos no Brasil. As informações são da repórter Lara Kinue, da Rádio Senado.

02/10/2019, 18h32 - ATUALIZADO EM 02/10/2019, 18h42
Duração de áudio: 01:47
Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM) realiza audiência pública para tratar sobre feminicídio e violência contra a mulher. 

Mesa: 
pesquisadora e professora da Universidade de Brasília (UnB), Lourdes Maria Bandeira - em pronunciamento; 
presidente da CMCVM, senadora Zenaide Maia (Pros-RN); 
gerente de projetos na área de enfrentamento à violência da ONU Mulheres, Aline Yamamoto; 
representante do Observatório da Mulher Contra a Violência do Senado Federal, Henrique Marques Ribeiro; 
diretor do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Macário.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: O AUMENTO DOS CASOS DE FEMINICÍDIO PREOCUPA A COMISSÃO MISTA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. LOC: O ASSUNTO FOI DEBATIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUINTA-FEIRA. A REPORTAGEM É DE LARA KINUE. TÉC: De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a taxa de feminicídio no Brasil é a 5ª maior do mundo, com uma média de 4,8 assassinatos para cada 100 mil mulheres. A Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher promoveu uma audiência pública para debater as ocorrências de feminicídio e outras formas de violência contra a mulher, com foco nas razões e causas do aumento no número de casos no país. A Pesquisadora e Professora da Universidade de Brasília, Lourdes Maria Bandeira, destacou aspectos históricos e sociais que contribuem para o atual cenário. (Lourdes Maria Bandeira) Uma das bases da violência contra as mulheres diz respeito aos aspectos sócio-culturais de uma sociedade tradicionalmente patriarcal e de origem escravocrata, que transcende os aspectos jurídicos normativos. Por outro lado, a violência contra as mulheres é vista como naturalizada e banalizada, tornando-se algo que passa a ser quase permitido ao homem, sendo socialmente aceitável. (REP) Entre outros fatores, a Gerente de Projetos na área de enfrentamento à violência da ONU Mulheres, Aline Yamamoto, ressaltou a posse de armas como um agente de agravamento. (Aline Yamamoto) O que foi demonstrado no último estudo lançado pelo Atlas da Violência traz justamente esse olhar para o aumento de mulheres que foram assassinadas por arma de fogo dentro das residências, que cresceu nos últimos 5 anos quase 30%, enquanto fora de casa esses assassinatos ele não teve um crescimento tão relevante. O que é imperativo a gente refletir nas políticas públicas: o quanto a posse de arma nas residências afeta esse fenômeno de violência contra as mulheres. (REP) Para a senadora Leila Barros, do PSB do Distrito Federal, é necessário haver uma união dos Três Poderes para a efetiva aplicação da lei. (Leila Barros) Nós temos que ter um grande pacto. Pacto legislativo, executivo e o judiciário para que realmente essas leis funcionem. Hoje é o nosso maior gargalo, a gente tem aqui o legislativo, temos a mulherada participando, trabalhando, construindo leis, uma legislação forte, mas nós temos que ajudar também, de alguma forma, o executivo buscar, cobrar do executivo que de fato essa legislação funcione junto com o judiciário. Mas acima de tudo que essas políticas cheguem as nossas mulheres. (REP) A audiência pública foi solicitada pela senadora Leila Barros e faz parte do ciclo de debates sobre feminicídio e violência contra a mulher. Com supervisão de Mauricio de Santi, da Rádio Senado, Lara Kinue.

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