Aumento da violência doméstica com o isolamento social preocupa senadores — Rádio Senado
Coronavírus

Aumento da violência doméstica com o isolamento social preocupa senadores

A violência doméstica aumentou durante o período de quarentena para conter a pandemia de covid-19 – no Rio de Janeiro cresceu 50% e em São Paulo, 30%. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) defende a ampliação de canais de denúncia, punição dos agressores e educação da população. A presidente da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM), senadora Zenaide Maia (Pros-RN) disse que a violência não se justifica e não deve ser tolerada, mas denunciada. Zenaide Maia, que é médica, alertou sobre a importância do isolamento social neste momento, para conter o avanço da covid-19. Estados e municípios lançaram campanhas para que a quarentena seja pacífica. Denúncias de violência doméstica podem ser feitas pelo Ligue 180. Reportagem, Iara Farias Borges.

16/04/2020, 13h49 - ATUALIZADO EM 16/04/2020, 13h49
Duração de áudio: 02:40
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Transcrição
LOC: COM O ISOLAMENTO SOCIAL PARA EVITAR A PROLIFERAÇÃO DA COVID-19, O NÚMERO DE CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA AUMENTOU. LOC: SENADORES ALERTAM AS AUTORIDADES E DEFENDEM MEDIDAS PARA PROTEGER MULHERES, CRIANÇAS E IDOSOS DE AGRESSÕES DURANTE A PANDEMIA. REPORTAGEM É DE IARA FARIAS BORGES. (Repórter) Segundo o Mapa da Violência contra a Mulher, em 2018, o Brasil teve 68 mil casos de violência contra a mulher - quase 15 mil foram dentro de casa. Com o confinamento para conter o avanço da covid-19, o número de agressões cresceu. Só no Rio de Janeiro, houve um aumento de 50%; e em São Paulo, 30%, segundo o setor da ONU, Organização das Nações Unidas, que combate a violência contra as mulheres. Na avaliação do senador Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, é preciso ampliar os canais de denúncia, punir os agressores e educar a população para enfrentar esse momento de pandemia. (Alessandro Vieira) “Os dados mostram um aumento nos casos de violência doméstica. Para que você possa reduzir isso, é primeiro necessário punir o agressor, viabilizando canais para que aquela pessoa agredida possa denunciar com segurança. E, fora disso, tentar canais de educação para que as pessoas possam lidar com esse momento de uma forma mais adequada”. (Repórter) Ao lembrar que também em outros países houve aumento das agressões domésticas durante a quarentena, a presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, senadora Zenaide Maia, do Pros do Rio Grande do Norte, criticou a redução do orçamento para proteção da mulher. Em 2015, a Secretaria da Mulher trabalhou com 119 milhões de reais; em 2019, com pouco mais de cinco milhões. Para a senadora Zenaide Maia, a violência não deve ser tolerada, mas denunciada nas redes de proteção do Estado. (Zenaide Maia): “Essa violência não ocorre só por causa das privações que estão passando as famílias, não. Nem também, gente, pode ser justificada ou tolerada por esse motivo. As raízes são profundas, de uma cultura machista. Vamos fazer com que chegue à mulher a informação de que essa rede de proteção existe e está funcionando, à disposição dessas mulheres que estão sofrendo agressão”. (Repórter) A senadora Zenaide, que é médica, também alertou sobre a importância do isolamento social para reduzir os casos de covid-19. (Zenaide Maia) “E lembrem-se mulheres que estão me ouvindo: Não saiam do isolamento social. Neste momento, é a única maneira que se tem de defender nossas famílias”. (Repórter) Vários estados e municípios lançaram campanhas para que a quarentena seja pacífica. Denúncias podem ser feitas pelo Ligue 180 - um canal gratuito, confidencial, com funcionamento 24 horas, mesmo nos finais de semana e feriados.

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