Em audiência no Senado, Parreira critica exigência de diploma para treinador — Rádio Senado
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Em audiência no Senado, Parreira critica exigência de diploma para treinador

A Comissão de Assuntos Sociais discutiu o projeto de lei que exige diploma superior em Educação Física para a atuação como técnico de futebol (PLS 369/2015). Em audiência na comissão, o presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber, concordou com a proposta. Foram contrários ao projeto o técnico Carlos Alberto Parreira e os presidentes da Confederação Brasileira de Treinadores de Futebol, Hermonzilha Cardoso, e da Federação Brasileira de Técnicos de Futebol, José Mário de Almeida. O relator da proposta, senador Romário (Pode-RJ), também é contrário à exigência, mas quer construir um relatório consensual.  Reportagem, Iara Farias Borges.

26/06/2019, 16h00 - ATUALIZADO EM 26/06/2019, 16h19
Duração de áudio: 02:13
Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza audiência pública interativa para instruir o Projeto de Lei do Senado nº 369, de 2015, que trata da exigência de graduação em educação física para o exercício da profissão de treinador profissional de futebol.

Mesa:
técnico de Futebol, Carlos Alberto Parreira;
presidente da CAS, senador Romário (Podemos-RJ).

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues / Agência Senado

Transcrição
LOC: O CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DEFENDE A NECESSIDADE DE DIPLOMA PARA ATUAÇÃO COMO TÉCNICO DE FUTEBOL. JÁ OS TÉCNICOS DISCORDAM DA EXIGÊNCIA. LOC: O ASSUNTO FOI DISCUTIDO NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. TÉC: A exigência de formação superior em Educação Física para atuação como técnico de futebol é prevista num projeto de lei, do qual o senador Romário, do Podemos do Rio de Janeiro, é relator. Na visão dele, a experiência é suficiente para exercer a profissão. (Romário, 24”): “A experiência de um ex-jogador de futebol, de acordo com o tempo, ela pode sim fazer com que esse jogador de futebol ou ex-jogador de futebol sejam excelentes treinadores. Se formos levantar todos os resultados do nosso futebol nos últimos anos, eu estou dizendo na prática, nós vamos encontrar vários campeões, treinadores campeões de clubes e de seleções, que realmente não têm a formação de professor de Educação Física”. (Rep) Já na opinião do presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge [Stain-Hilber] Steinhilber, treinadores atuam na formação de crianças e adolescentes e precisam ser bacharéis em Educação Física. (Steinhilber) “Tem que ser ministrado por profissional de Educação Física. Para treinar pessoas e prepará-las para vida há que se ter uma preparação específica. Essa é uma questão clara. Um ex-jogador de futebol não adquire esses conhecimentos e essa vivência. E se o futebol for mal conduzido ou mal orientado, todos os benefícios do esporte serão jogados fora, irão por água a baixo”. (Rep) Para o técnico Carlos Alberto Parreira, a experiência do jogador é mais importante que a exigência do diploma. (Parreira) “Eu, honestamente, hoje, acho incoerente. Imaginem, nos anos 60-70, um Zagalo, que a gente conhece o que ele foi, o que ele representa como treinador, se ele, para ser técnico, tivesse que frequentar 4 anos de bancos escolares numa universidade. Eu acho uma incoerência muito grande. Professor é o professor e o técnico é o técnico e o caminho são os certificados, que é feito no mundo todo pelas Federações”. (Rep) O Superior Tribunal de Justiça já julgou improcedente a exigência, disse Hermonzilha Cardoso, presidente da Confederação Brasileira de Treinadores de Futebol. O presidente da Federação Brasileira de Técnicos de Futebol, José Mário de Almeida, estranha que o assunto volte a ser discutido. (José Mário) “Eu até estou surpreso de voltar isso à tona. O conhecimento nunca é demais. Agora, não necessariamente, para ser treinador, precisa ser um professor de educação física”. (Rep): O senador Romário quer construir um texto consensual. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges. PLS 369, de 2015 REQ 48/2019 - CAS

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