Homenagem pelos 200 anos da Confederação do Equador destaca trabalho de Comissão do Senado
A sessão especial dos 200 anos da Confederação do Equador lembrou, nesta segunda-feira (7), o movimento revolucionário iniciado em Pernambuco, em 1824, contra o autoritarismo de D. Pedro I. A Comissão do Senado criada para celebrar o bicentenário deu visibilidade a pesquisas que enriquecem a historiografia tradicional. A presidente do colegiado, senadora Teresa Leitão (PT-PE), anunciou, para breve, o lançamento de um site que será repositório de todo o material produzido e reunido pela Comissão sobre o tema.

Transcrição
UMA SESSÃO ESPECIAL CELEBROU, NESTA SEGUNDA-FEIRA, OS DUZENTOS ANOS DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR, MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO QUE LUTOU CONTRA O AUTORITARISMO DO IMPÉRIO E POR IDEAIS REPUBLICANOS COMO O FEDERALISMO E A LIBERDADE.
A COMISSÃO DO SENADO CRIADA PARA CELEBRAR O BICENTENÁRIO ANUNCIA PARA BREVE O LANÇAMENTO DE UM SITE QUE SERÁ REPOSITÓRIO DE MATERIAIS DE INTERESSE HISTÓRICO QUE FICARÃO DISPONÍVEIS PARA TODA A POPULAÇÃO. REPÓRTER MARCELA DINIZ:
A sessão especial dos duzentos anos da Confederação do Equador lembrou o movimento revolucionário de 1824 que se levantou contra o autoritarismo do imperador D. Pedro I. Iniciado em Pernambuco, ganhou a adesão de províncias como Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. A Comissão do Senado criada em dezembro de 2023 para organizar as celebrações do bicentenário deu visibilidade a pesquisas acadêmicas que enriquecem a historiografia tradicional ao destacar, além do papel central de Frei Caneca, também figuras como Bárbara Alencar, primeira presa política do país; e a colaboração do Piauí e do Maranhão no movimento, pouco conhecida até hoje. Além disso, os estudos destacam o caráter constitucionalista, federalista e abolicionista da Confederação do Equador e desafiam o rótulo de "separatista" dado ao movimento, como destacou o diplomata e historiador, André Heráclio do Rêgo:
(André Heráclio do Rêgo) "Essa revolução tem que ser considerada não como um movimento separatista, mas como um momento imprescindível do movimento da independência, do processo da independência."
Para o professor da Universidade Federal de Pernambuco, George Felix Cabral de Souza, conhecer a história da Confederação do Equador ajuda a compreender problemas atuais como desigualdades regionais e tendências autoritárias, além de reforçar a educação como ferramenta em defesa da democracia:
(George Felix) "Em tempos nos quais a desinformação campeia, nunca é demais ressaltar a importância crucial da educação histórica para combater as tentações autoritárias, que tantas vezes se utilizam da doçura da palavra liberdade para escamotear pretensões de destruição do Estado Democrático de Direito."
Em quase dois anos de atividade, a Comissão em Comemoração aos 200 anos da Confederação do Equador promoveu audiências públicas em Brasília e diligências nos estados que fizeram parte da Confederação; promoveu uma exposição iconográfica no Salão Negro do Senado; firmou parcerias com universidades e instituições como a Fundação Joaquim Nabuco. Ainda foram lançados, como frutos desse trabalho, uma série documental da TV Senado intitulada "Uma Outra Independência"; uma coleção de seis livros sobre a temática. Um site servirá em breve de repositório destes e de outros materiais de interesse histórico. A presidente da Comissão, senadora Teresa Leitão, do PT de Pernambuco, espera que as contribuições do Senado sejam aproveitadas pela sociedade:
(senadora Teresa Leitão) "Vamos ler, vamos conhecer melhor a nossa história e nos apropriar de todo o acervo que estará disponível no site do Senado Federal. Sigamos trabalhando pelo Brasil que queremos. Viva a democracia! Viva Frei Caneca!"
A vice-presidente da Comissão dos 200 anos da Confederação do Equador, senadora Jussara Lima, do PSD do Piauí; o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, integrante do colegiado; e o senador André Amaral, primeiro suplente do senador Efraim Filho, da Paraíba, também estiveram presentes na sessão especial e receberam, junto com outras autoridades, certificados de reconhecimento pelas ações do bicentenário. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

