Reunião de Mulheres Parlamentares será permanente em fóruns do Brics — Rádio Senado
Brics 2025

Reunião de Mulheres Parlamentares será permanente em fóruns do Brics

O Fórum Parlamentar do Brics passará a incluir, de forma permanente, a Reunião de Mulheres Parlamentares em sua programação anual. A iniciativa do Brasil foi incorporada na Declaração Conjunta e acatada em consenso pelos países participantes. A senadora Leila Barros (PDT-DF), líder da bancada feminina, também sugeriu a criação de um fundo do BRICS para apoiar mulheres de comunidades vulneráveis às mudanças climáticas e investimentos do Banco do Brics em negócios verdes.

06/06/2025, 13h00 - ATUALIZADO EM 06/06/2025, 14h02
Duração de áudio: 03:10
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
O FÓRUM PARLAMENTAR DO BRICS VAI INCLUIR A REUNIÃO DE MULHERES NAS PRÓXIMAS EDIÇÕES DO EVENTO. A INICIATIVA INÉDITA DO BRASIL FORTALECE A PARTICIPAÇÃO FEMININA NAS DECISÕES DO GRUPO, QUE TAMBÉM QUER A CRIAÇÃO DE UM FUNDO PARA MULHERES DE COMUNIDADES MAIS VULNERÁVEIS A MUDANÇAS DO CLIMA. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. O 11º Fórum Parlamentar do Brics de 2025 representou um avanço significativo na promoção da igualdade de gênero, estabelecendo bases para futuras ações e colaborações entre os países membros. A partir do ano que vem, na Índia, o evento vai incluir na programação a Reunião de Mulheres Parlamentares, iniciativa brasileira que antecedeu a abertura oficial do evento. Para a senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, que é líder da Bancada Feminina, a decisão reafirma o papel estratégico das mulheres na busca por soluções para os desafios globais. Na verdade, a pauta feminina é a pauta de todas as famílias do mundo, de um mundo geral. É a pauta econômica, claro da questão climática então, que de fato a gente conte com a sensibilidade dos governantes, e que eles façam com que essa reunião ela seja anual, e que a gente possa nas reuniões do bloco, nessas cúpulas debater os temas pertinentes às mulheres. A senadora Leila sugeriu a criação de um fundo do Brics para mulheres e clima, voltado a projetos liderados por mulheres em comunidades vulneráveis, como agricultoras familiares e líderes indígenas. Ela também pediu o desenvolvimento de plataformas de educação climática para mulheres, promovendo acesso ao conhecimento científico, e aceleradoras de negócios verdes, com apoio do Banco do Brics, para financiar iniciativas de economia circular, reflorestamento, agroecologia e energia limpa liderada por mulheres. Por fim, Leila  recomendou um pacto de liderança feminina que assegure a presença das mulheres nas instâncias decisórias sobre transição energética e a criação de um observatório de gênero e clima do Brics. Que nos permita tomar decisões baseadas em dados, diagnósticos e evidências sobre os impactos específicos das mudanças climáticas nas mulheres e nas meninas. Sabemos que as mulheres não são vítimas passivas desse processo. Somos líderes, somos cientistas, somos legisladoras, somos guardiãs dos territórios e do conhecimento tradicional. Somos a solução. Que nossa presença aqui não se limite à retórica, que ela se traduzem em ações coordenadas, compromissos políticos e resultados reais. Além dos efeitos das mudanças climáticas, que afetam mais as mulheres em várias partes do mundo em função da vulnerabilidade econômica e social, as parlamentares do BRICS alertaram para os impactos da inteligência artificial nas mulheres. Elas citaram o desenvolvimento de algoritmos com viés masculino, a produção de vídeos falsos, discursos de ódio, riscos de desemprego com a automação e a falta da inclusão digital. E reafiramaram a centralidade das mulheres nas agendas de saúde, comércio, paz, segurança e governança tecnológica do Brics. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.

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