Especialistas defendem ampliação de acordos comerciais para frear tarifaço dos EUA — Rádio Senado
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Especialistas defendem ampliação de acordos comerciais para frear tarifaço dos EUA

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) ouviu embaixadores e especialistas nesta quinta-feira (29) sobre as estratégias para enfrentar o difícil cenário do comércio internacional. Eles defenderam a diversificação de acordos comerciais como a principal medida para enfrentar a crise provocada pelas medidas protecionistas do presidente americano, Donald Trump. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) argumentou que o Brasil precisa defender seus interesses com firmeza, mas também com diplomacia.

29/05/2025, 18h22 - atualizado em 29/05/2025, 18h57
Duração de áudio: 03:11
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
O BRASIL ESTÁ DIANTE DE UMA ENCRUZILHADA NO COMÉRCIO INTERNACIONAL E PRECISA DIVERSIFICAR SEUS ACORDOS COMO ANTÍDOTO AO TARIFAÇO DE TRUMP. FOI O QUE APONTARAM ESPECIALISTAS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES NESTA QUINTA-FEIRA. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. Durante a audiência pública na Comissão de Relações Exteriores, os participantes avaliaram os riscos e oportunidades para o comércio exterior brasileiro. E apontaram, de um lado, o colapso da Organização Mundial do Comércio, OMC, e as incertezas impostas principalmente por políticas unilaterais dos Estados Unidos. De outro, a oportunidade de reposicionar o Brasil como um parceiro confiável, diversificado e estrategicamente neutro. O embaixador Roberto Azevêdo, que é ex-diretor da OMC, denunciou um "desmantelamento das regras" da organização. E defendeu que o Brasil precisa ampliar mercados, atrair investimentos e manter uma boa relação tanto com China quanto com os Estados Unidos.   (embaixador Roberto Azevêdo) "O fundamental é o Brasil se apresentar como um parceiro confiável, um parceiro previsível, com estabilidade política, econômica, com um marco regulatório que seja favorável a negócios e a empreendimentos, que é a única maneira de nós estarmos prontos para esse mundo repleto de incertezas. Nós temos que ser parceiros de todos."   Já o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luis Rua, relatou que conseguiu abrir mais de 180 novos mercados para os produtos da agropecuária brasileira.  (secretário Luis Rua) "Foram 98 missões internacionais realizadas, a última na China, mostrando essa relação muito próxima com o nosso principal parceiro comercial, também estivemos no Vietnã, estivemos no Japão recentemente, tudo isso faz com que a gente esteja presente nos mercados, vou usar uma expressão lá do interior, que menino parado não vende picolé". O senador Hamilton Mourão, do Republicanos do Rio Grande do Sul, argumentou que o Brasil precisa se compreender como uma potência média regional e defender seus interesses com firmeza, mas também com diplomacia e jogo de cintura. (senador Hamilton Mourão) "Começa a ser tumultuado quando a China entra na Organização Mundial do Comércio há pouco mais de 20 anos, não é? E aí eu faço uma comparação, uma formação de paraquedistas em salto livre, foi a China entrando na UMC, ela explodiu a formação e o pouco que sobrou agora o Trump resolveu dar uma cacetada em cima. Os interesses do Brasil têm que prevalecer, óbvio, com aquele nosso jeitinho". Os embaixadores Laudemar Gonçalves e Philip Fox-Drummond enfatizaram a coordenação entre o Itamaraty e o Congresso Nacional como fator-chave para o êxito da política externa. E destacaram o lançamento da Frente Parlamentar de Comércio Internacional e Investimento e a rápida aprovação da Lei da Reciprocidade Econômica, que amplia o poder de barganha do Brasil. Já a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, defendeu o avanço do Acordo Mercosul- União Europeia e os impactos positivos da Reforma tributária para a competitividade externa. Da Rádio Senado, Marcella Cunha. 

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