Vai à sanção projeto que cria "Embraer do espaço"
O Senado aprovou a criação da empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil S.A, ALADA (PL 3819/2024), destinada a explorar economicamente a infraestrutura e a navegação aeroespaciais e as atividades relacionadas ao desenvolvimento de projetos e equipamentos do setor. A estatal é uma subsidiária da NAV Brasil, empresa pública criada no governo Bolsonaro responsável pelo controle do espaço aéreo no lugar da Infraero. O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) destacou que a ALADA vai garantir uma visão estratégica para o Brasil se transformar numa potência aeroespacial. E ressaltou que a exploração do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, poderá render US$ 3 bilhões a serem usados no programa espacial brasileiro. O projeto segue para a sanção presidencial.
Transcrição
SENADO APROVA A CRIAÇÃO DE UMA ESTATAL VOLTADA PARA PROJETOS AEROESPACIAIS - UMA ESPÉCIE DE EMBRAER DO ESPAÇO.
A EMPRESA PODERÁ TRAZER TRÊS BILHÕES DE DÓLARES A SEREM USADOS NO PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
O Plenário do Senado aprovou a criação da ALADA, empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil S.A, uma espécie de Embraer do espaço. Pela proposta, a empresa vai explorar economicamente a infraestrutura e a navegação aeroespaciais e as atividades relacionadas ao desenvolvimento de projetos e equipamentos do setor. Além disso, vai atuar na elaboração de propostas e atividades de apoio ao controle aeroespacial e áreas correlatas. A estatal é uma subsidiária da NAV Brasil, empresa pública criada no governo Bolsonaro e responsável pelo controle do espaço aéreo no lugar da Infraero. O senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, que foi ministro da Ciência e Tecnologia na gestão passada, destacou que a ALADA vai garantir uma visão estratégica para o Brasil se transformar numa potência aeroespacial.
Como ministro eu consegui operacionalizar Alcântara, torná-la comercialmente viável, nós tivermos a aprovação do acordo de salvaguardas tecnológicas, melhoramos a questão de produção de desenvolvimento de satélites nacionais e foguetes nacionais, tudo isso. Mas a gente não pode comercializar os voos de Alcântara porque nem a Força Aérea nem a Agência Espacial brasileira podem vender voos. Agora a Alada como uma empresa pública pode vender voos.
Marcos Pontes declarou que a ALADA poderá assegurar a autossuficiência do Brasil em materiais aeronáuticos e espaciais para diminuir a dependência de fornecedores estrangeiros. Ele citou as chamadas tecnologias sensíveis difíceis de serem importadas. O senador afirmou que a nova estatal vai atrair investimentos que serão usados no desenvolvimento do programa espacial brasileiro, que tem como destaque o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.
Se a gente pegar 1% do mercado de micro e pequenos satélites no mundo, a gente consegue fazer US$ 3 bilhões por ano para o Programa Espacial e aí a gente muda aquela região de Alcântara, aquilo pode ser uma das regiões mais ricas do país. O crescimento daquilo também vai gerar muita coisa para o Brasil, fora a utilização direta das aplicações dos espaços que a gente fala para agricultura, segurança pública, defesa, meio ambiente, comunicações. Então, isso aí muda a história do Brasil em termos de programa espacial.
Aprovado sem mudanças pelo Senado, o projeto que cria a ALADA, a Embraer espacial, segue agora para a sanção presidencial. Da Rádio Senado, Hérica Christian.