G20 é oportunidade para Brasil assumir liderança sobre pauta climática global
Em 2024, o Brasil sediará a cúpula de chefes de Estado e governo do G20 pela primeira vez, no Rio de Janeiro. Agendado para os dias 18 e 19 de novembro, o encontro é uma oportunidade de promover, junto aos demais líderes, o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental. Foi o que afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a sessão de debates temáticos sobre a presidência brasileira da cúpula, que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a mais recentemente, a União Africana.
Transcrição
A PRESIDÊNCIA DO G20 É UMA OPORTUNIDADE PARA O BRASIL MOSTRAR AO MUNDO A URGÊNCIA DE TRANSFORMAÇÃO PARA UM MODELO ECONÔMICO MAIS SUSTENTÁVEL E DESEMPENHAR UM PAPEL DE LIDERANÇA NA PAUTA AMBIENTAL.
FOI QUE DEFENDERAM REPRESENTANTES DO GOVERNO DURANTE SESSÃO DE DEBATES TEMÁTICOS NESTA QUINTA-FEIRA, EM PLENÁRIO.
REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
Em 2024, o Brasil sediará a cúpula de chefes de Estado e governo do G20 pela primeira vez, no Rio de Janeiro. Agendado para os dias 18 e 19 de novembro, o encontro é uma oportunidade de promover, junto aos demais líderes, o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental. É o que afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a sessão de debates temáticos sobre a presidência brasileira da cúpula, que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a mais recentemente, a União Africana.
Pela primeira vez, o G20 está tratando de temas que não costumava tratar, inclusive o pagamento por serviços ambientais . O Brasil é um provedor de serviços ecossistêmicos e, nesse sentido, o Presidente Lula tem uma iniciativa de criar um fundo global para a proteção de florestas tropicais. Os 80 países detentores de florestas tropicais têm que proteger suas florestas, mas, ao mesmo tempo, têm que proteger seu povo, têm que criar oportunidades. E nós dizemos: uma floresta em pé vale mais do que derrubada. Ela vale, em termos econômicos, mas vale também pelos serviços ecossistêmicos que presta.
Segundo Marina, a intenção é que o chamado Fundo Floresta Tropical para Sempre esteja pronto para a COP 30, marcada para novembro de 2025, no Pará. Para o Secretário Adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, o Executivo tem pautado internacionalmente a necessidade de reorientar os incentivos existentes hoje no mundo, como a taxação dos super-ricos para possibilitar a superação da pobreza e o enfrentamento dos desafios climáticos globais.
Reorientar uma economia tão grande quanto a brasileira não é trivial, não se faz da noite para o dia, mas uma série de ferramentas já estão sendo implementadas, já estão disponíveis para a gente fazer essa migração. A emissão dos títulos soberanos sustentáveis, o Fundo Clima, o Eco Invest, mas as agendas são muito grandes em várias outras áreas. A ampliação do uso de biocombustíveis, a integração de elementos sustentáveis no Plano Safra, o redirecionamento dos recursos de ciência, tecnologia e inovação para atividades de descarbonização, entre outras medidas, são centrais para a gente avançar.
Segundo Dubeux, o Ecoinvest vai atrair novos investimentos para o Brasil ao proteger o dinheiro da volatibilidade do câmbio, desde que associados a pauta ecologia. A senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, relatora do PL que regulamenta o mercado de carbono, lembrou que juntos os países do G20 somam 85% do PIB mundial e 75% do comércio internacional. Por isso, o peso de suas decisões podem impactar o mundo em grande escala.
O Brasil tem a possibilidade de aproveitar esses processos e explorá-los como oportunidade para promover o país e suas potencialidades, sendo um grande provedor de serviços ecossistêmicos ao mundo, e de acelerar um processo de transformação para uma economia de baixo carbono, gerando renda e investimentos, em especial para as populações locais mais vulneráveis
O Brasil elegeu como prioridades da sua presidência no G20 o combate à fome, à pobreza e à desigualdade; o desenvolvimento sustentável; e a reforma da governança global. Da Rádio Senado, Marcella Cunha