Especialistas apontam desafios para estudantes hospitalizados ou em tratamento domiciliar de saúde
A Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia (CECTCOVID) debateu com especialistas a situação do ensino para estudantes hospitalizados ou em tratamento de saúde domiciliar. Flávio Arns (Podemos-PR) ressaltou que a situação se agravou após a pandemia e professoras apontaram que muitos estudantes não possuem os aparelhos necessários para a interação on-line com a escola.
Transcrição
ESPECIALISTAS AFIRMARAM QUE ESTUDANTES EM TRATAMENTO HOSPITALAR OU DOMICILIAR DE SAÚDE ENFRENTAM VÁRIOS DESAFIOS PARA SEGUIR O PROCESSO DE APRENDIZAGEM.
SENADOR DESTACA QUE A SITUAÇÃO PODE TER SE AGRAVADO COM A PANDEMIA. REPÓRTER RODRIGO RESENDE.
A Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia debateu com especialistas o ensino para alunos hospitalizados ou em tratamento de saúde em casa. A situação se agravou após a pandemia, como ressaltou o senador Flávio Arns, do Podemos do Paraná.
Flávio Arns - E depois da pandemia também. A criança está lá no hospital em tratamento de saúde: quinze dias, um mês, dois meses, três meses, seja agora o tempo que for, e não pode interromper o período escolar.
Rosana Cipriano Jacinto da Silva, representante da Secretaria de Modalidades Especializadas do Ministério da Educação, apontou que o governo tenta aumentar o número de professores para o Atendimento Especializado em geral. Hoje, são cerca de 44 mil docentes com os cursos necessários. Mas a quantidade de alunos com necessidades de atendimento especializado já passa de um milhão, incluídos aí os hospitalizados.
Rosana - Um milhão, trezentos e cinquenta mil alunos, novecentos e vinte e um, eu tenho quinhentos e seis mil, oitocentos e quarenta e oito estudantes, 37,5%, recebendo o atendimento educacional especializado.
A professora do programa de escolarização hospitalar de Curitiba, Ana Carolina Lopes Venâncio, ainda ressaltou outros desafios, como a falta de computadores e celulares pelos estudantes hospitalizados, muitas vezes carentes.
Ana Carolina - No posto onde é tratado o covid, onde nós não temos permissão pra ir pro nosso cuidado, pro cuidado do aluno paciente a gente conta com as enfermeiras que às vezes disponibilizam seus próprios aparelhos. Que se colocam a nossa disposição pra fazer esse intercâmbio com a família e quando a família não possui celular, o que também não é raro, elas às vezes assessoram esse contato, essa orientação pra que a criança possa ser atendida da melhor forma possível, né?
Cinthya Vernizi, técnica em assuntos educacionais da Universidade Federal do Paraná, destacou a necessidade de uma legislação atualizada para o setor, com a devida publicidade.
Cínthya Vernizi - A garantia do direito à educação em tratamento de saúde. E o desconhecimento legal muitas vezes pode gerar interpretações simplistas, desconsiderando essa obrigatoriedade da oferta e gerando o desrespeito a esse direito a educação básica.
Confúcio Moura, senador do MDB de Rondônia, afirmou que os efeitos da pandemia na educação ainda serão percebidos por muito tempo.
Confúcio Moura - Nós estamos vivendo, saindo dessa pandemia, deixando um estrago ainda não dimensionado nas crianças e um acervo de adoecimento já diagnosticado e outros em processamento de entendimento que é muito importante essas experiências estaduais e municipais.
Representantes da Secretaria Estadual de Educação do Paraná ainda apontaram o aumento de até 50% dos atendimentos para estudantes com autismo. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.