CPI vê suspeita em fiança para compra de vacina e vai investigar empresários — Rádio Senado
CPI da Pandemia

CPI vê suspeita em fiança para compra de vacina e vai investigar empresários

Os senadores da CPI da Pandemia incluíram na lista de investigados os empresários Francisco Maximiano, da Precisa Medicamentos, Emanuel Catori, da Belcher Farmacêutica, e o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias. Em depoimento à Comissão, o diretor-presidente do FIB Bank, Roberto Ramos Júnior, confirmou garantia à Precisa Medicamentos lastreada em imóveis, que, segundo a CPI, não existem. Os senadores questionaram como o Ministério da Saúde aceitou a carta-fiança de uma empresa que não é banco nem está registrada no Banco Central.

25/08/2021, 19h16 - ATUALIZADO EM 25/08/2021, 19h16
Duração de áudio: 03:44
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
A CPI DA PANDEMIA APROVOU A INCLUSÃO DE MAIS TRÊS PESSOAS NA LISTA DE INVESTIGADOS, ENTRE ELAS, OS DONOS DOS LABORATÓRIOS PRECISA E BELCHER. JÁ O DIRETOR DO FIB BANK CONFIRMOU GARANTIA NO CONTRATO PARA A COMPRA DE VACINA INDIANA, MAS NÃO EXPLICOU IRREGULARIDADES NO PATRIMÔNIO DA EMPRESA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. A CPI da Pandemia aprovou o pedido do relator, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, para incluir na lista de investigados Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, que negociou a vacina indiana covaxin; Emanuel Catori, sócio da Belcher Farmacêutica que tentou vender um imunizante chinês; e o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias. No depoimento dessa quarta-feira, o diretor-presidente do FIB Bank, que não é um banco, Roberto Ramos Júnior, confirmou a concessão de uma carta garantia para a Precisa Medicamentos avalizar o contrato de R$ 1,6 bilhão da covaxin. A senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, no entanto, questionou por que o Ministério da Saúde aceitou uma fiança de R$ 81 milhões, quando o contrato exigia caução em dinheiro ou títulos, de uma empresa com patrimônio de R$ 7,5 bilhões concentrados em dois imóveis, um não existe e o outro não está em nome do FIB Bank. A pergunta maior que tem que sair daqui com esclarecimento e resposta da CPI é porque o Ministério da Saúde aceitou uma garantia que não era bancária, se a lei, a medida provisória, não permitiu, e fora do prazo permitido. Não passou pelo corpo jurídico por quê? Queriam esconder o quê? Faziam parte do conluio para poder fraudar e superfaturar a vacina da covaxin? Essa é a pergunta que tem que ser colocada aqui. Roberto Ramos Júnior não explicou as diversas alterações contratuais do FIB Bank, as movimentações feitas recentemente por sócios mortos, a inclusão de pessoas estranhas no quadro societário das empresas que dão lastro e os processos judiciais por descumprimento das garantias ofertadas. O senador Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, reforçou a desconfiança de que o verdadeiro dono do FIB Bank seja o advogado Marcos Tolentino, que é próximo do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, do PP do Paraná. E o senhor não sabe imaginar como é que tudo isso funciona sem ter um personagem político que possa dar um empurrão, porque nada disso funciona sem a política, a má política. Não é a política de verdade não, é a politicagem. É muito claro o que nós temos aqui: nós temos uma estrutura que faz toda uma maquiagem de recursos, que simula a existência de um patrimônio. O processo, os dois sócios do fundo MD falecidos, o processo desse tal imóvel nababesco de R$7 bilhões todo lastreado em uma documentação com flagrantes características de problema aqui. Os senadores da base aliada também cobraram mudanças na legislação para impedir que qualquer empresa possa apresentar garantias sem lastro. Jorginho Mello, do PL de Santa Catarina, ressaltou que essa foi mais uma tentativa de golpe contra o Ministério da Saúde durante a pandemia. Nós estamos aqui diante de alguém que queria dar um golpe no governo federal, porque uma tramoia tão grande. É uma das maiores farsas que eu estou vendo na questão comercial. Essa picaretagem que os senhores tentaram fazer contra o governo federal.  Ainda bem que o governo não comprou, ainda bem que o governo não comprou e não gastou um tostão nisso, mas os senhores vão ter que ser responsabilizados por isso. O Ministério da Saúde determinou o prazo de dois dias úteis para a Precisa Medicamentos apresentar outra garantia, no lugar da carta do FIB Bank, no contrato de compra de preservativos femininos. A CPI aprovou a convocação do motoboy Ivanildo Gonçalves, que fez saques em dinheiro no valor de R$ 4,7 milhões para a VTC Log que presta serviços de logística para o Ministério da Saúde. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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