Número de universitários negros aumenta, mas ainda está longe do ideal — Rádio Senado
Educação

Número de universitários negros aumenta, mas ainda está longe do ideal

O perfil e o acesso de negros e pardos nas instituições de ensino superior estão mudando, mas permanecem longe do ideal. É o que mostra estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Dados apontam um crescimento de 25% entre 2009 e 2015, enquanto a presença na população total foi ampliada em 5%. Os detalhes com o repórter Pedro Pincer.

24/11/2020, 16h42 - ATUALIZADO EM 24/11/2020, 16h42
Duração de áudio: 02:40
Foto: Beto Monteiro / Secom UnB

Transcrição
LOC: NÚMERO DE UNIVERSITÁRIOS NEGROS AUMENTA, MAS AINDA ESTÁ LONGE DO IDEAL. LOC: ESTUDO MOSTRA QUE, EM 2017, QUASE 23% DOS ALUNOS BRANCOS COM MAIS DE 25 ANOS TINHAM CURSO SUPERIOR COMPLETO CONTRA POUCO MAIS DE 9% DE NEGROS. REPÓRTER PEDRO PINCER: TÉC: O acesso de negros e pardos nas instituições de ensino superior aumentou, mas ainda está longe do ideal. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, houve um crescimento de 25% entre 2009 e 2015, enquanto a presença na população total foi ampliada em 5%. A pesquisadora do Ipea Tatiana Dias Silva, e autora do estudo Ação Afirmativa e População Negra na Educação Superior: Acesso e Perfil Discente, , destacou a presença de negros no ensino superior público e privado. Segundo ela, em 2001 eles representavam 22% desses estudantes, já em 2015 essa participação dobrou. (Tatiana Dias Silva) Que advém não apenas das ações afirmativas, mas também delas, mas também num cenário de ampliação de vagas, de democratização dos instrumentos de acesso ao ensino superior e interiorização também das vagas, ampliação de cursos em outros horários, ampliação dos campi, tudo isso favorece essa maior participação da população negra REP: Mas o estudo mostra que, em 2017, 22,9% de pessoas brancas com mais de 25 anos tinham curso superior completo, enquanto a proporção de negros com a mesma escolaridade era de 9,3%. O diretor-executivo da ONG Educafro, Frei David Santos, defende uma maior fiscalização do Ministério da Educação para que somente negros usem as cotas raciais. Outro ponto em que ele pede atenção é no Programa Universidade para Todos, o Prouni. (Frei David) Replanejar o ProUni, porque também, assim como as cotas para negros nas universidades públicas, também no ProUni, está cheio de fraude, ou seja, o ProUni não tem nenhum controle sério porque o MEC insiste em não fazer esse controle. REP: O senador Paulo Paim, do PT gaúcho, elogiou a Lei de Cotas, mas pediu a adoção de políticas públicas integradas. (Paulo Paim) A pesquisa só comprova que precisamos trabalhar a promoção da igualdade racial de forma integrativa com outras políticas, pois um jovem que acessa o ensino superior precisa de uma bolsa de auxílio permanência, esse jovem precisa de um emprego decente, esse jovem precisa de moradia decente, área de lazer, acesso a saneamento público de qualidade, iluminação, transporte. REP: A Meta 12 do Plano Nacional de Educação prevê que, até 2024, 33% da população de 18 a 24 anos estejam cursando ou concluindo a universidade. Da Rádio Senado, Pedro Pincer

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