Ministro da Educação diz a senadores que Enem não será adiado
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse nesta terça-feira (5), durante reunião de líderes do Senado, que a data do Exame Nacional do Exame Médio, previsto para novembro, não será adiada. Os senadores observam que, em função da pandemia, alunos das escolas públicas ficam em desvantagem em relação aos da rede privada. Uma nova avaliação sobre a data será feita em agosto. Os detalhes com o repórter Pedro Pincer, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: MINISTRO DA EDUCAÇÃO DIZ A SENADORES QUE ENEM NÃO SERÁ ADIADO
LOC: PARA ABRAHAM WEINTRAUB, QUE PARTICIPOU DE REUNIÃO DE LÍDERES NESTA TERÇA-FEIRA, EXAME NÃO FOI CRIADO PARA FAZER JUSTIÇA SOCIAL. MAIS DETALHES COM O REPÓRTER PEDRO PINCER.
TÉC: Em reunião com os líderes partidários do Senado, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu a manutenção da data do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio. As provas estão previstas para os dias 1 e 8 de novembro. Em função do novo coronavírus, a proposta é que elas sejam adiadas por seis meses. Mas, na avaliação do ministro, não há necessidade em adotar a medida pois a pandemia não seguirá até a época da prova. Abraham Weintraub também não vê possível desvantagem para os alunos da rede pública ou aqueles que não têm acesso à internet ou aulas virtuais. Segundo ele, esses alunos já são historicamente atendidos pelas cotas. O líder do PDT, senador Weverton, do Maranhão, criticou a postura e lembrou que milhões de estudantes podem ser prejudicados.
(Weverton) Ele quer manter o Enem em novembro e ficou combinado para o mês de agosto fazer uma reunião para avaliar o cenário. Ele disse que o Enem não foi feito para corrigir justiça social e nem para fazer justiça social. Fiquem com essa!
(Repórter) Líder do Cidadania, a senadora Eliziane Gama, do Maranhão, disse que mostrou dados ao ministro para convencê-lo a mudar a data do Enem, mas sem sucesso.
(Eliziane) Nós temos hoje 90% da juventude brasileira na educação pública. E nós temos também 46 milhões de brasileiros hoje que não têm acesso à internet. Agora, com a situação da pandemia, o que nós tivemos? Uma interrupção do calendário escolar.
(Repórter) A descontinuidade do funcionamento escolar também foi destacada pelo senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal. Ele chegou a apresentar proposta para suspender os editais do exame.
(Izalci ) Quem sai prejudicado são os alunos da rede pública porque eles não têm acesso a internet, eles estão sem aula desde o início da calamidade. Então, se evidente que se você aplica uma prova para alunos que estão tendo educão a distância, da rede privada também e pega o aluno da rede pública que está sem aula há vários dias, evidentemente que o prejuízo é muito grande.
(Repórter) Em 2019, o Enem teve 6 milhões de estudantes inscritos. Da Rádio Senado, Pedro Pincer