“Essa noite, mãe não voltou”, relembra sobrevivente de Hiroshima — Rádio Senado
Bomba Atômica

“Essa noite, mãe não voltou”, relembra sobrevivente de Hiroshima

Kunihiko Bonkohara tinha 5 anos quando presenciou, no escritório no qual o pai trabalhava, um clarão, seguido de um forte vento, que deixou dezenas de pessoas machucadas e mortas ao seu redor. Ele estava em Hiroshima em 06 de agosto de 1945 e perdeu mãe e irmã no ataque nuclear à cidade. O dramático evento, que matou dezenas de milhares de japoneses, marcou o fim da Segunda Guerra Mundial, mas abriu os debates sobre a utilização da energia atômica. O senador Antônio Anastasia (PSD-MG), que esteve em Hiroshima em 2018, e o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) presidente da Comissão de Relações Exteriores destacam que é necessário a adoção de um mundo de harmonia e tolerância para que fatos como a bomba sobre Hiroshima não voltem a acontecer. Mais informações com o repórter Rodrigo Resende.

05/08/2020, 15h48 - ATUALIZADO EM 05/08/2020, 18h25
Duração de áudio: 03:25
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Transcrição
LOC: EM 06 DE AGOSTO DE 1945 ACONTECEU UM DOS MOMENTOS QUE COMEÇARIA A DECRETAR O FIM TOTAL DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E QUE MARCARIA A HISTÓRIA DA HUMANIDADE LOC: A BOMBA ATÔMICA QUE ATINGIU HIROSHIMA NAQUELE DIA MATOU DEZENAS DE MILHARES DE PESSOAS INSTANTANEAMENTE. KUNIHIKO BONKOHARA SOBREVIVEU AO ATAQUE E, 75 ANOS DEPOIS, AINDA TEM VIVAS AS MEMÓRIAS DAQUELA DATA. REPÓRTER RODRIGO RESENDE: TÉC: O menino Kunihiko Bonkohara tinha 5 anos e, em 06 de agosto de 1945, acompanhou o pai ao serviço. Ele vivia com parte da família na cidade de Hiroshima. Já no escritório, vivenciou um fato marcante da história, a explosão da primeira bomba atômica, o que acelerou o fim da segunda guerra mundial. O pai ao sentir o ataque, colocou o menino embaixo da mesa. Bonkohara, hoje com 80 anos, se lembra de um forte clarão e de um vento muito forte: Bonkohara 1 – Muito claro, pai colocou embaixo de mesa, na hora “booooom” muito grande, também vento muito forte. (REP) Passado o primeiro impacto, o cenário era desolador. Bonkohara não veria mais a mãe e a irmã: Bonkohara 2 – Essa noite, mãe e irmã não “voltou”, dia seguinte, pai e eu procurando mãe e irmã. (REP) Uma imagem específica não sai da memória. Os corpos, dezenas deles, boiando sobre o rio: Bonkohara 3 – Aí atravessando ponte, olhando embaixo, em cima de água boiando muito pessoa, correnteza levando muito pessoa. (REP) O professor de história André Lopes, que fez seu mestrado justamente sobre as memórias de sobreviventes de Hiroshima, ressalta que esses sobreviventes fazem hoje um importante trabalho de conscientização, principalmente para os mais jovens: André – E os sobreviventes da Bomba Atômica, 75 depois, não esquecem, guardam na memória toda essa tragédia. Não guardam ódio, porque eles vão nas escolas, viajam o mundo dando palestras para todos aqueles que querem ouvir e sentir aquilo que eles passaram. (REP) O primeiro vice-presidente do Senado, Antônio Anastasia, do PSD de Minas Gerais, lembra de uma visita que fez à cidade de Hiroshima em 2018: Anastasia – 26” - Eu visitei Hiroshima a convite do Senado Japonês em 2018. E pude perceber até hoje o trauma, o terror naquela cidade. Alguns monumentos foram deixados exatamente como ficaram após a detonação da bomba. Não há que não se emocione e não se entristeça a que ponto a guerra pode levar as pessoas. (REP) Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, essa história não pode se repetir: Trad – 20” - adotarmos uma perspectiva de tolerância e de construção de um mundo de convivência harmônica de todas as religiões, de todos os povos e de todas as nações. Marcou-se muito a humanidade, dentro da nossa alma, a explosão daquela bomba. E que isso possa nunca mais se repetir. (REP) Após a explosão da bomba em Hiroshima um novo ataque dos Estados Unidos ao Japão desse mesmo tipo aconteceu na cidade de Nagazaki, em 09 de agosto. Após a rendição do Japão em 14 de agosto, a segunda guerra mundial terminou oficialmente em 02 de setembro de 1945. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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