Movimento negro pede ‘nova abolição’ em audiência pública na CDH

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LOC: NO MÊS DEDICADO À CONCIÊNCIA NEGRA NO BRASIL, SENADORES DISCUTEM OS AVANÇOS CONTRA O RASCISMO A PARTIR DA CRIAÇÃO DA DATA COMEMORATIVA. LOC: REPRESENTANTES DO MOVIMENTO NEGRO PEDEM POLÍTICAS MAIS EFICIENTES CONTRA O RACISMO E MEDIDAS DE INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO. REPORTAGEM DE JOSÉ ODEVEZA. (Repórter) O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro desde 1965. Já são 54 anos desde a criação da data feita para lembrar o líder da revolução antiescravista do Brasil, Zumbi dos Palmares. Uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos ouviu ativistas, pesquisadores e representantes da comunidade negra, para entender quais foram os avanços contra o racismo desde então. Segundo dados apresentados pelo senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, a realidade das pessoas negras em comparação com as pessoas brancas ainda é muito desigual. (Paulo Paim). 20 de novembro para quê? No mercado de trabalho os pretos ou pardos representam 64.2% da população desocupada e 66% da população subutilizada. Com nível superior ou completo os que não são negros ganhavam por hora 45% a mais do que os pretos ou pardos com mesmo nível de instrução. Quanto tempo se ainda precisa aguardar, para que pretos tenham a mesma oportunidade nesse país? (Repórter) A coordenadora da Articulação Nacional de Psicólogos Negros, Márcia Maria, destacou que desde a abolição da escravidão no pais, em 1888, o governo não conseguiu criar políticas efetivas para garantir direitos a essa parcela da população. (Márcia Maria) Importante ainda mencionar que o Brasil foi o último país do continente a abolir a escravidão esse fato ocorreu sem qualquer política de integração da população negra na sociedade de classes que emergia portanto são 131 anos de uma abolição inconclusa em que as pessoas negras continuam excluídas dos postos de visibilidade poder. (Repórter) O representante da Educafro, Artur Araújo, disse que as ações do governo têm que estar voltadas na luta contra o racismo, pela igualdade no mercado de trabalho e na proteção dos direitos humanos. (Artur Araújo) Como que é importante hoje a gente ter uma segunda abolição. Todos os dados que foram apresentados até aqui têm mostrado o seguinte: A primeira abolição ela foi insuficiente, ela foi inacabada e não deu conta de fazer inclusão verdadeira que nós precisamos no Brasil da inclusão racial. Então nesse sentido como é que a gente contribui então para esse debate? Essa audiência e o 20 de novembro ajudam a gente a avançar nisso. (Repórter) No dia 22 o plenário do Senado realizará uma sessão especial para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra.