Plano de reestruturação dos Correios recebe críticas em audiência da CDR
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LOC: O PLANO DE REESTRUTURAÇÃO DOS CORREIOS, QUE INCLUI O FECHAMENTO DE AGÊNCIAS, DEMISSÕES INCENTIVADAS E CORTES NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS, FOI CRITICADO DURANTE AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E TURISMO.
LOC: AS MUDANÇAS PREJUDICAM, EM ESPECIAL, CIDADES ONDE O POSTO DOS CORREIOS É O ÚNICO CORRESPONDENTE BANCÁRIO DISPONÍVEL. REPÓRTER MARCELA DINIZ:
TÉC: A Empresa de Correios e Telégrafos possui 117 mil funcionários e uma rede de 6.470 agências próprias, mais mil franqueadas, cobrindo praticamente todo o território nacional. Apesar da estrutura, enfrenta a queda na demanda por serviços postais e fechou 2016 com um prejuízo de dois bilhões de reais. Para reverter a situação, foi apresentado um plano que prevê demissões incentivadas, fechamento de agências e redução de gastos com o plano de saúde dos funcionários, o Postal Saúde. No debate da Comissão de Desenvolvimento Regional, o presidente dos Correios, Guilherme Campos Júnior, negou que a reestruturação abra caminho para a privatização e atribuiu ao Postal Saúde grande parte do resultado negativo:
(Guilherme) Esse ano de 2017, o prejuízo também vai ser da ordem de 2 bilhões e o custo do plano de saúde é da ordem de um bilhão e oitocentos.
(REP) De acordo com José Rivaldo da Silva, da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares, não há transparência nas contas do plano: (Rivaldo) Nem a direção da Postal Saúde na comissão paritária teve a coragem de abrir os números da Postal Saúde alegando “informação sigilosa”
(REP) O presidente da Associação Nacional que representa os trabalhadores dos Correios, Rodolfo do Amaral, disse que o fechamento de agências prejudica, em especial, as cidades que não possuem outro correspondente bancário além do Banco Postal. O serviço foi objeto de recente licitação que acabou suspensa por falta de interessados, fato criticado pelo senador Paulo Rocha, do PT do Pará, que foi quem pediu o debate na CDR: (Paulo Rocha) É obvio que o sistema financeiro brasileiro ou internacional não se interessa pra um banco que vai prestar serviço social. Só querem o filé, o financiamento que ganha altos lucros. Por isso, só o Banco do Brasil se interessou.
(REP) Para o presidente da Associação dos Analistas de Correios do Brasil, Jailson Pereira, a continuidade da prestação de serviços de integração social estaria garantida se a Empresa fosse transformada em autarquia:
(Jailson) A solução definitiva é que os Correios deveriam ser alçados, sim, a autarquia. Isso daria a co-responsabilidade do governo federal com a empresa, com os empregados.
(REP) Outra solução apontada durante o debate na CDR foi a aprovação, pela Câmara dos Deputados, de uma proposta que garante a fidelização dos órgãos públicos aos serviços dos Correios. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.
RDR 22/2017