2016 marcou uma mudança na atuação da diplomacia brasileira na América Latina e Caribe — Rádio Senado
Balanço 2016

2016 marcou uma mudança na atuação da diplomacia brasileira na América Latina e Caribe

21/12/2016, 17h55 - ATUALIZADO EM 21/12/2016, 17h55
Duração de áudio: 02:40
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Transcrição
LOC: A DIPLOMACIA BRASILEIRA PASSOU POR MUDANÇAS EM 2016. LOC: NO MERCOSUL E NO PARLATINO, POR EXEMPLO, O BRASIL INTENSIFICOU AS DENÚNCIAS ÀS VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI. (Repórter) O ano de 2016 marcou uma mudança na atuação da diplomacia brasileira na América Latina e Caribe. Com o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer, o Brasil passou a insistir no cumprimento da cláusula democrática obrigatória pelo governo da Venezuela para fazer parte do Mercosul. Uma comissão de senadores foi impedida de visitar políticos venezuelanos perseguidos. Ações do governo de Nicolás Maduro, classificadas como autoritarismo e perseguição a opositores políticos, foram criticadas pelo governos argentino, paraguaio e brasileiro. Como penalidade diplomática, a Venezuela não pôde assumir a presidência rotativa do Mercosul e foi excluída temporariamente das reuniões do bloco. O governo venezuelano retaliou e tem criado dificuldades a brasileiros que desejam sair daquele país. O senador José Aníbal, do PSDB de São Paulo, já havia alertado desde agosto de que a diplomacia brasileira não se alinharia automaticamente a nenhum país por questões ideológicas: (José Aníbal) O governo brasileiro tem buscado de maneira construtiva uma solução para o impasse da presidência pró-tempore do Mercosul. A diplomacia voltará a refletir de forma transparente e intransigente os legítimos valores da sociedade brasileira e os interesses de sua economia a serviço do Brasil como um todo. E não mais das suas conveniências e preferências ideológicas de um período político e de seus aliados no exterior. (Repórter) Já no Parlatino, que engloba quase todos os países da América do Sul, Central e Caribe, duas questões foram levadas pelos senadores brasileiros: o uso de energias renováveis e os conflitos fundiários. O senador Hélio José, do PMDB do Distrito Federal, denunciou os conflitos fundiários na própria capital da República, onde as derrubadas em terrenos sub-judice têm sido comuns: (Hélio José) No Brasil, em Brasília especificamente, a AGEFIS, que é a agência de fiscalização do GDF anda descumprindo a constituição nacional, a nossa constituição da república e também descumprindo o pacto de São José da Costa Rica, que prevê o devido processo legal e prevê o direito de morar, de moradia, como um direito social do cidadão. Nós denunciamos na última reunião do Parlatino e entregamos inclusive um documento colocando o ocorrido no Distrito Federal. (Repórter) Além da questão da democracia na Venezuela, os senadores avaliam que o relacionamento da América Latina e Caribe com os Estados Unidos passará por transformações com o governo do novo presidente eleito Donald Trump.

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