A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta segunda-feira (14), com 13 votos favoráveis, o nome da diplomata Maria-Theresa Lazaro para o cargo de embaixadora do Brasil na República da Tunísia. Também foi aprovado o nome do diplomata Ánuar Nahes para embaixador na ilha de Santa Lúcia, no Caribe, com 12 votos a favor e 1 contra. As indicações seguem para votação no Plenário do Senado.

Em sessão semipresencial, os dois sabatinados responderam aos questionamentos remotamente. Já os relatores, senadores Antonio Anastasia (PSD-MG) e Zequinha Marinho (PSC-PA) participaram presencialmente. 

Tunísia

Maria-Theresa Lazaro nasceu em 1954, formou-se no Instituto Rio Branco em 1976 e iniciou a carreira em 1977, como terceira secretária. No Ministério de Relações Exteriores (MRE), foi chefe da Divisão de Informática e subsecretária-geral do Serviço Exterior, entre outras funções.

No exterior, a diplomata ocupou os cargos de primeira-secretária nas embaixadas de Paris e de Moscou; de ministra conselheira na Representação Permanente junto à Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês); e de cônsul-geral em Córdoba, Colômbia. Ela hoje é cônsul geral em Paris.

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Questionada pela senadora Kátia Abreu (PP-TO) sobre seus objetivos no posto, a embaixadora afirmou que instruções específicas sobre a missão só são repassadas pelo governo após a confirmação dos nomes. Apesar disso, Lazaro disse que vê potencial comercial entre os dois país. 

A sabatinada também acredita que, a curto e médio prazo, a participação do Brasil tende a se expandir no país.

— Na medida em que o governo tunisiano efetivamente vai empreender e fazer as mudanças estruturais que a sociedade pede desde 2011, eles vão precisar de investimentos. Neste momento está em análise no ministério tunisiano correspondente a minuta de Acordo de Cooperação e Proteção de Investimentos, que vai permitir que empresas brasileiras possam se instalar na Tunísia. Em termos da restruturação socioeconômica que é necessária, o Brasil vai poder participar com áreas de transporte e construção civil.

O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da República da Tunísia, em 1956. No mesmo ano, foi aberto consulado brasileiro em Túnis e, em 1961, foi criada a embaixada. Desativada temporariamente em 1999 em razão de cortes orçamentários, a missão diplomática foi reaberta em 2001.

Após a revolução tunisiana (“Revolução de Jasmim”) de janeiro de 2011, o país busca maior inserção internacional e as relações bilaterais com o Brasil foram intensificadas. Em 2016 foi assinado um acordo entre o Mercosul e a Tunísia. No campo comercial, as relações Brasil-Tunísia eram centradas na importação de fosfatos e na exportação de açúcar, porém o cenário hoje é outro, passando o Brasil a exportar mais soja que açúcar e a importar fertilizantes, azeite de oliva e frutas como tâmaras e figos.

Quanto à cooperação, há dois projetos. Um, desde 2016, a respeito da plantação de eucaliptos para reflorestamento e exploração comercial, gerido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Outro, assinado em 2018, visa reestruturar a Agência de Cooperação Técnica Tunisiana, em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e é financiado pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento.

Santa Lúcia

Ánuar Nahes formou-se em Letras e em Filosofia. Ingressou na carreira diplomática em 1981. No exterior, atuou nas embaixadas em Beirute e Damasco; serviu como Conselheiro na Embaixada em Paris; Conselheiro e Ministro-Conselheiro na Embaixada em Túnis; além de nas embaixadas de Doha e Bagdá, Foi também Cônsul-Geral em Montevidéu e Encarregado de Negócios em Castries, capital de Santa Lúcia, até a presente data. 

Entre as missões que desempenhou no exterior cabe ressaltar a chefia da delegação brasileira em missão na área de saúde à Autoridade Palestina, Gaza e Ramallah, em 1996.

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Durante a sabatina, Nahes explicou sua proposta trabalho. 

— Pretendo dar continuidade aos esforços de conclusão de acordos bilaterais, além de intensificar e equilibrar o diálogo bilateral em alto nível. Também pretendo ampliar as possibilidades de cooperação com a Organização dos Estados do Caribe Oriental (OECO). 

Com língua oficial inglesa, o território de Santa Lúcia é uma monarquia constitucional parlamentarista e tem por chefe de Estado a Rainha Elizabeth II, representada pelo governador-geral e pelo primeiro-ministro.

O Brasil praticamente reduziu sua exportação para Santa Lúcia ao óleo bruto de petróleo, pela Petrobrás. Entretanto, o volume que foi de US$ 408,2 milhões em 2018, passou a US$ 53,4 milhões em 2019, em razão de a Petrobras não manter mais estoques de petróleo e derivados no terminal marítimo da empresa Buckeye International. Por sua vez, basicamente importamos resistências elétricas de Santa Lúcia.

O país estava em franca ascensão econômica quando foi atingido fortemente pela pandemia, pois depende fundamentalmente da indústria turística. Mesmo assim, o Governo local tem sido elogiado por sua reação à Covid.

não
2020-12-14T15:45:12.848731
sim
Senadora Kátia Abreu, Senador Zequinha Marinho, Senador Antonio Anastasia
Comissão de Relações Exteriores (CRE), Plenário do Senado
Da Redação
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