Girão defende votação de projetos que sustam decretos do governo sobre armamento

Da Rádio Senado | 31/05/2022, 17h50

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) defendeu, em pronunciamento nesta terça-feira (31), que o Senado aprecie o PDL 64/2021 e o PDL 74/2021, que têm como objetivo tornar sem efeito as medidas do governo relacionadas a armas de fogo, como registro, cadastro e compra, inclusive por colecionadores, atiradores e caçadores, conhecidos pela sigla CAC.

Na opinião do senador, esses projetos são essenciais para evitar a 'banalização' da liberação das armas de fogo no país. De acordo com dados citados por Eduardo Girão, desde 2018, o número de licenças aos CACs para usar armas de fogo aumentou em 333% no Brasil.

— No mesmo período, o número de CACs deu um salto, passando de 225 mil registros ativos em 2018, para mais de 1 milhão em 2021[...]há um grande risco da perda de controle, por parte do Exército brasileiro, sobre as armas e munições, fato que coloca sob ameaça toda a nossa sociedade, bem como dificultará ainda mais a investigação e solução de crimes como feminicídios, homicídios e latrocínios — alertou.

De acordo com Girão, algumas notícias mostram como a falta de controle sobre armas já existe no país. Ele citou o caso de um auditor, que é CAC, que, flagrado com 18 armas, atuava na grilagem de terras no Distrito Federal. Em Formosa (GO), um CAC tentou o suicídio, depois de matar acidentalmente o próprio filho com sua arma.

Em Serra (ES), uma igreja tentou rifar uma escopeta calibre 12,  doada por um CAC. Por fim, disse o senador, uma loja de armamentos com o nome de 'A-R 15 Brasil' conseguiu decisão favorável da justiça para vender silenciadores, equipamento de controle rigoroso.

— Diante de acontecimentos tão dramáticos e de números tão estarrecedores, nós, brasileiros, não podemos jamais seguir o modelo fracassado de armar a população por duas razões cruciais: primeiro, pelo risco do aumento de tragédias sociais; segundo, pela falsa ilusão de solução para os problemas de segurança pública. Por isso, o limite nacional é a posse de armas nas residências e no comércio, mas, jamais, a liberação do porte, porque o fator surpresa sempre favorecerá o assaltante, que ainda ficará com a arma da vítima. Ou seja, a arma do cidadão de bem migra para o crime — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)